D. Henrique I (1512-1580)
Décimo-sétimo Rei de Portugal, governou entre 1578 e a sua morte, 1580. É conhecido pelos cognomes de O Casto (devido à sua função eclesiástica, que o impediu de ter descendência legítima), O Rei-Cardeal ou O Eborense e O de Évora (por ter sido também arcebispo daquela cidade). Henrique era o quinto filho de D. Manuel I e sua segunda mulher Maria de Aragão.
Bem cedo na sua vida, Henrique recebeu o sacramento da ordenação, para promover os interesses portugueses na Igreja Católica. Foi Arcebispo de Braga, primeiro Arcebispo de Évora, Arcebispo de Lisboa e ainda Inquisidor-mor – antes de receber, em 1546, o título de Cardeal, com o título dos Santos Quatro Coroados. Embora nunca tenha assistido a qualquer conclave, chegou a ser apontado como pretendente ao papado. D. Henrique, mais do que ninguém, empenhou-se em trazer para Portugal a Companhia de Jesus, tendo utilizado os seus serviços no Império Colonial.
Serviu como regente para o seu sobrinho de segundo grau, D. Sebastião, e mais tarde o sucederia como rei, após sua morte na Batalha de Alcácer-Quibir em 1578. Henrique renunciou então ao seu posto clerical e procurou imediatamente uma noiva para dar continuidade à Dinastia de Avis, mas o Papa Gregório XIII não o libertou dos seus votos.
O Rei-Cardeal morreu em 1580, deixando uma Junta de cinco governadores: o arcebispo de Lisboa, D. Jorge de Almeida; D. João Telo; D. Francisco de Sá Meneses; D. Diogo Lopes de Sousa e D. João de Mascarenhas.
Após sua morte, seu sobrinho D. Antônio, o Prior do Crato, subiu ao trono, mas não conseguiu mantê-lo, perdendo-o para seu primo Filipe II de Espanha que enviara à Lisboa um contingente militar para reivindicar o Reino de Portugal. O rei da Espanha foi coroado então Filipe I de Portugal, com a condição de que o Reino e seus território ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.