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01 de julho | Morte de Silva Jardim

01 jul 2020

Artigo arquivado em Datas comemorativas
e marcado com as tags Biblioteca Nacional, Movimento Abolicionista, Movimento Republicano, Silva Jardim

Antônio da Silva Jardim (1860-1891), advogado, jornalista e ativista político. Filho de
professor primário, o menino ingressou no Colégio São Bento, no Rio de janeiro,
trabalhando para pagar os seus estudos. Estreou nos jornais, ainda adolescente,
respondendo pelo jornal estudantil “Labarum Literário”, onde publica um artigo sobre
Tiradentes com críticas ao absolutismo.

Em 1878 vai para São Paulo cursar direito na Faculdade do largo de São Francisco,
importante centro do movimento abolicionista e republicano. É durante este período que
se torna uma das vozes mais articuladas e radicais desse movimento. Era um orador
vibrante e extremado. Dizia que a lei que viesse a abolir a escravidão deveria ter dois
artigos: “Fica abolida a escravidão no Brasil; pedimos perdão ao mundo de não tê-lo
feito há mais tempo”. Quase uma premonição, a Lei Áurea que extinguiu a escravidão
teve, também, dois artigos, mas o segundo artigo sem a autocrítica: “Art. 1o É declarada
extinta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brasil; Art. 2o Revogam-se as
disposições em contrário”.

Após a abolição, Silva Jardim inicia uma campanha republicana vigorosa com a
intenção de derrubar o Imperador. Foi duramente atacado pelo seu radicalismo jacobino.
Quando, através de um golpe militar, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a
Republica em 1889, Silva Jardim lança a sua candidatura para deputado constituinte,
mas não se elege. Não era aquela a República que ele almejava.

Desiludido, viaja para a Itália. Lá vai para Pompéia e resolve visitar o vulcão Vesúvio.
Tropeça numa fenda e vai parar dentro do vulcão. Uma morte, sem dúvida, bizarra para
o incendiário Silva Jardim.



GUERRA, Araujo. Dr. Silva Jardim. [S.l.: s.n.]. 1 gravura, litogravura, p&b, 33,4 x29,8 cm em papel 65 x 50 cm.