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Acervo da BN | A produção de gravuras de retrato

02 out 2020

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Abundantes no acervo iconográfico da Biblioteca Nacional, os retratos produzidos em gravura nos países europeus, considerando o longo período dos séculos XVI ao XIX, são frutos da relação entre os responsáveis pela sua criação – desenhistas, pintores, gravadores, impressores, editores – e o público que encomendava e adquiria tais obras com propósitos variados. Os retratos gravados eram distribuídos e vendidos para um público amplo, não apenas a um só cliente, sendo criados em formatos e níveis de refinamento técnico diversos.

O uso de retratos como frontispícios de livros era comum, embora tais retratos também pudessem ser comercializados de forma avulsa. Geralmente, a produção da gravura era custeada pelo editor e se dava nos formatos padronizados dos livros.

Outros retratos foram destinados à publicação em periódicos ilustrados, cujas matrizes deveriam resistir a um largo número de impressões. Houve ainda as séries de retratos publicados em forma de livros, obras extremamente populares entre os séculos XVI e XVII. Alguns editores especializaram-se neste tipo de publicação, produzindo gravuras em formato uniforme para que pudessem comercializá-las de forma flexível, individualmente ou em séries.

Além dos retratos disponíveis para o comércio generalizado como os de personalidades históricas, havia a produção de retratos por encomenda, executados se houvesse demanda assegurada, proveniente muitas vezes do próprio retratado e de pessoas a ele relacionadas. Encomendar uma gravura era caro e o custo da produção, negociado caso a caso, estava atrelado à técnica de execução e ao tamanho da obra. O cliente podia comprar o número de impressões suficiente para cobrir os custos e dar ao gravador a possibilidade de lucrar com a venda do restante, sendo esta produção, portanto, capaz de atender a demandas particulares e ao mesmo tempo ser explorada comercialmente. Alguns pintores supervisionavam a produção das gravuras, de forma a assegurar sua própria reputação, estabelecendo-se estreita colaboração entre pintores retratistas e gravadores.

(Seção de Iconografia)


Autorretrato de Hyacinthus Rigaud, gravado por Pierre Drevet (1721)