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Acervo da BN | Os participantes na produção de gravuras: aspectos gerais

07 fev 2022

Artigo arquivado em Acervo da BN
e marcado com as tags Artistas Gravadores, Biblioteca Nacional, Gravura, Gravura Original, Reprodução de Imagem, Secult, Técnicas de Gravação

A gravura no mundo ocidental, desde o século XV, tratava da reprodução de obras de arte. Essa característica de reprodutibilidade só deixa de ser primordial a partir dos processos fotomecânicos desenvolvidos no século XIX. A propriedade intelectual desse fazer já se constituía numa questão, uma vez que desde a matriz até a edição várias mãos eram envolvidas. As funções das gravuras podem ser resumidas em: documentais, comerciais - uma vez que foi largamente utilizada em anúncios e rótulos – e artísticas.

Em se tratando da chamada gravura original, qual seja, aquela que materializa um processo artístico, sua produção pode envolver mais de um agente. Cada cópia resultante desse processo é normalmente numerada, indicando-se ainda o total da tiragem, e assinada, constituindo-se em obra de arte única.

Considere-se aqui a gravura como sendo uma impressão, basicamente em papel. Ela será resultado de um trabalho elaborado em uma matriz, um meio que possibilitará a reprodução em uma ou várias cópias. De forma geral matrizes podem ser executadas em madeira, na qual são feitas incisões, resultando em xilografias;em metal,trabalhadas com ácido e verniz e em pedra, trabalhadas com óleo, resultando nas litografias. Outros tipos de material podem ser utilizados como, por exemplo, o linóleo e a tela de seda que produz as serigrafias. Dependendo do material, o processo difere sendo que, via de regra, percorre três momentos: o trabalho na matriz, a colocação da tinta – cumpre lembrar que há gravuras só constituídas de relevo – e a impressão. Todo esse caminho pode ser percorrido por um só agente: o gravador. Entretanto pode haver, além dele, o desenhista; aí diz-se que a obra é do autor(gravador), segundo o desenhista. Existe ainda a importante figura do impressor. Sua atuação é fundamental.

Gravura é uma forma de impressão/expressão muito antiga e altamente complexa e versátil. Há ainda muitas possibilidades, muitos materiais e procedimentos além dos aqui, muito superficialmente, mencionados.

O acervo de gravuras ou estampas da FBN é muito extenso. O livro aqui apresentado é uma tradução de 1801 elaborada nas oficinas do Arco do Cego de um manual do século XVII em que o autor, Abraham Bosse detalha toda a técnicaenvolvida na produção de gravuras em metal.

(Seção de Iconografia)

Bosse, Abraham, 1602-1676. Tratado da gravura a água-forte, e a buril, e em maneira negra com o modo de construir as prensas modernas, e de imprimir em talho doce.Lisboa [Portugal]: Typ. Chalcographica, Typoplastica e litteraria do Arco do Cego; 1801. José Joaquim Viegas de Menezes (trad.).