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Almanach do Paraná – Commercio, Historia e Litteratura

17 ago 2015

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O Almanach do Paraná foi um anuário de variedades lançado em Curitiba (PR) em 1896. Viabilizado inicialmente pelo empreendimento de Annibal Requião & Cia, que mantinha a Livraria Econômica, tinha como editores, à época de seu surgimento, Romário Martins e Annibal Requião (sendo o primeiro o editor e o segundo o responsável pela livraria, na Rua XV de Novembro). Estima-se que tenha sido criado para concorrer com o Almanach Paranaense, da Impressora Paranaense. Ao longo de sua trajetória, o almanaque não chegou a ter periodicidade regular, tendo ficado alguns anos sem circular. Provavelmente encerrou sua publicação definitivamente em 1913, mas em 1929 um periódico homônimo chegou a ser lançado por outros proprietários.

Impresso em preto e branco, o Almanach do Paraná vinha inicialmente com cerca de 200 páginas (número que posteriormente se expandiria para quase o dobro), apresentando assuntos diversos: indicadores para comércio e indústria, história, literatura, tarifas, estatísticas, tabelas de câmbio, serviços de transporte, agricultura, entretenimento, calendários e notas cronológicas, informações geográficas e sobre a organização política brasileira, orientações sobre questões jurídicas e burocráticas em geral, notícias gerais, informes de utilidade pública, homenagens e perfis, curiosidades, charadas, anedotas e publicidade, entre outras coisas. Abordavam-se predominantemente temas e questões locais, mas não só estes. As edições vinham com poucas imagens, em geral vinhetas ornamentais e “finissimas photogravuras” com retratos de personalidades ou paisagens e monumentos locais. Na parte literária do Almanach do Paraná, feita de poesia, prosa e artigos, foram publicados autores como Victor do Amaral, João Itiberê, Dario Vellozo, Affonso Camargo, L. França, Emiliano Pernetta, Júlio Pernetta, Silveira Netto, João de Tapitanga, R. Costa Júnior, Leôncio Correia, Domingos Nascimento, Ismael Martins, Ricardo de Lemos, Antônio Braga, Jayme Ballão, Nestor de Castro, Sebastião Paraná, Claudino dos Santos, Antenor de O. Monteiro, Corrêa Netto, Francisco Guimarães, Rocha Pombo, Nestor Victor, Ermelino de Leão, Euclides Bandeira, Telêmaco Borba, Theodoro Rodrigues, Carvalho Aranha, Marianna Coelho, Julieta M. Monteiro, Revocata de Mello, A. J. Pereira da Silva, Hypolito Pereira, Orlando Teixeira, Lisboa Perdigão, Helvídio Silva, Francisco Leite, entre outros, incluindo o próprio Romário Martins. Parte desse grupo se inscrevia no simbolismo paranaense.

Logo depois de lançado, em 1896, o Almanach do Paraná só veiculou sua edição nº 2 em 1899. Na ocasião, Romário Martins continuava sendo o redator do periódico, mas a empresa que o controlava passou a ser identificada como Annibal, Rocha & Cia., gestora da Typografia da Livraria Econômica – provavelmente o novo nome registrava a adesão de Leopoldino Rocha à tradicional Livraria de Annibal Requião, como sócio. Quando o nº 1 do almanaque foi lançado a Livraria Econômica ainda não contava com uma tipografia, fato que justifica a impressão dessa edição, e somente dessa, pelas oficinas do jornal A República, chefiadas por Fernando Moreira.

Após o lançamento do nº 2 de Almanach do Paraná, a publicação foi editada com regularidade anual por algum tempo. Romário Martins se manteve no cargo de redator somente até a 7ª edição, do ano de 1904, vindo Corrêa Netto a assumir a redação. Em 1909, quando já chegava em sua 12ª edição, o almanaque acabou sendo suspenso. Quando reapareceu, somente em 1912, a 13ª edição do Almanach do Paraná já tinha outro redator: Alcides Munhoz. Na ocasião, como editor, aparecia no expediente da publicação apenas o nome de Leopoldino Rocha como dono da Livraria Econômica, e, portanto, responsável pela tipografia da casa. Após lançar sua 14ª edição, para 1913, o almanaque acabou sendo suspenso novamente.

Uma edição posterior intitulada Almanach do Paraná chegou a ser editada para o ano de 1929. No entanto, nada indica que essa tenha sido a 15ª edição do periódico da Livraria Econômica; o almanaque não parecia o mesmo, era propriedade da Empreza Publicadora “Álbum do Paraná”, que tinha redação no Palácio Avenida e oficinas próprias na rua José Loureiro. O gerente dessa empresa era José Pedro Trindade.

Fontes:

- Acervo: edições do nº 1, de 1896, ao nº 14, de 1913; edição não-numerada de 1929.

- Almanach do Paraná. In: Revistas Curitibanas: 1900-1920. Disponível em: http://www.revistascuritibanas.ufpr.br/ordemalfabetica.php#. Acesso em: 7 jan. 2014.