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200 Anos da Independência | Reconhecimento do Império do Brasil à independência do Uruguai, que outrora fora a Província da Cisplatina

27 ago 2020

Artigo arquivado em 200 anos da Independência
e marcado com as tags Biblioteca Nacional, Guerra da Cisplatina, História do Brasil, Uruguai

O território ocupado pelo Uruguai, era habitado por indígenas e foi estabelecido como Colônia do Santíssimo Sacramento, no entorno de 1680, pela coroa portuguesa.Ao longo de sua história foi um terreno de disputa entre as coroas da Espanha e de Portugal. Vários tratados foram firmados acerca da posse da região, a Cisplatina recebeu, em maior parte do tempo, colonização espanhola. Em 1821, no entanto, o região foi incorporada ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Com a independência do Brasil em 1822, a Província da Cisplatina fazia parte do Império brasileiro, pode-se destacar a participação de deputados da região na Constituinte de 1823.  Ao passo da aparente integração, em agosto de 1825 nativos da Cisplatina proclamaram a independência da província, que integrou-se as Províncias Unidas do Rio da Prata, atual, Argentina. O pertencimento da Cisplatina ao Brasil trazia inúmeras situações, desde as culturais, de diferença de idioma e o anseio da população em tornar-se independente, iniciando o processo ao aproximar-se de outro província com colonização semelhante. Em virtude deste fato, o Império brasileiro declarou guerra às Províncias Unidas do Rio da Prata para recuperar o território cisplatino.

A guerra da Cisplatina ocorreu entre 1825 e 1828, com diversas batalhas e sem o apoio popular, considerando os extensivos gastos com a guerra e o aumento de impostos. Para propor um acordo de paz, que findaria a guerra, a Inglaterra, também movida por interesses na região, propôs que o Império brasileiro e as Províncias Unidas do Rio da Prata reconhecessem a independência da Província da Cisplatina. O acordo foi firmado pelo Tratado do Rio de Janeiro, assinado em 27 de agosto de 1828, durante a Convenção Preliminar da Paz, realizada no Rio de Janeiro, com o objetivo de cessar a Guerra da Cisplatina.

A Convenção Preliminar da Paz também firmou o retorno do território das Missões, que pertencia no momento a parte argentina, para a Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Com o fim da guerra, assinatura do tratado e a perda da Cisplatina a insatisfação com o governo de Dom Pedro I cresceu, mas, não foi um fator determinante para abdicação do trono anos depois.

O “Mappacorographico da Provincia Cisplatina é de 1853, produzido por Pedro Torquato Xavier de Brito e possibilita visualizar a configuração da Cisplatina após a independência, pode ser acessado através do link: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_cartografia/cart525989/cart525989.jpg.

(Seção de Iconografia)


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