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Breviário - Revista de Arte

26 set 2014

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Fundado e dirigido por Romário Martins e Alfredo Coelho, Breviario foi um periódico mensal de arte e cultura, com ênfase em literatura simbolista. Lançado em Curitiba (PR) em agosto de 1900, com o slogan “Revista de arte”, tinha Aluízio França como gerente e redação no nº 13 da Rua Borges de Macedo. Era impresso pela Typographia Impressora Paranaense, em formato pequeno (20 x 10 cm).

Julgando-se apenas pelos números 1 e 2 da revista, respectivamente de agosto e setembro de 1900, cada edição de Breviario girava em torno da obra de duas importantes figuras do simbolismo paranaense, com versos, prosa, excertos de obras, ensaios, homenagens e perfis dos literatos, entre outras coisas. Na primeira edição, publicava-se Emiliano Pernetta e Emílio de Menezes; na segunda, Nestor de Castro e Sebastião Paraná. Segundo um verbete do periódico no site do projeto Revistas Curitibanas: 1900-1920, esses “(...) dois números trazem matéria reduzida, sem criar polêmicas e a publicar textos literários sem proposta de ruptura”.

Além de textos de Romário Martins, Adolfo Coelho e dos quatro intelectuais homenageados em suas duas edições iniciais, Breviario publicou ainda “Emancipação da mulher”, de Marianna Coelho; “D. João d’Amor” e “Do paiz dos Lyrios”, de Domingos Nascimento; “Prece” e “Turris Eburnea”, de Silveira Netto; “Supliciado” e “Fallando”, de Euclides Bandeira; “Livro de Job”, de Júlio Pernetta; e “Deslumbramento” e “Magnos olhos”, de Ricardo de Lemos. Apesar de não ser propriamente uma revista aguerrida, na penúltima página de seu nº 2, Breviario felicitava o lançamento de dois periódicos combativos: Epistola, de Júlio Pernetta, e Tartufos, de Ismael Martins, ambos voltados à questão anticlerical.

Em sua edição de lançamento, Breviario expunha que só aceitava textos de seus próprios colaboradores, convidados especialmente, e que cada edição traria “finas photogravuras”. A revista ainda deixava claro que “não tem numero determinado de paginas, que não serão, entretanto, inferiores a 20” (a primeira edição vinha com 25 páginas e a segunda, 18). Exemplares avulsos podiam ser comprados a 1$000 e assinaturas semestrais podiam ser feitas a 5$000.

É provável que Breviario tenha publicado somente suas duas primeiras edições. Sabe-se, no entanto, que o periódico fundiu-se com a revista cultural Pallium, para o nascimento de outro periódico de arte, Turris Eburnea, em novembro de 1900. A nova publicação era responsabilidade da chamada “Ordem da Turris Eburnea”, formada por intelectuais engajados na libertação do espírito do século XIX no homem.

Fontes

- Acervo: edições nº 1, ano 1, de agosto de 1900; e nº 2, ano 1, de setembro de 1900.

- BELTRAMI, Rafael C. de C. Da poesia na ciência: fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, uma história de suas ideias. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação do Departamento de História, Faculdade de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná. Curitiba: UFPR, 2002. Disponível em: http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/27035/D%20-%20BELTRAMI,%20RAFAEL%20C%20DE%20C.pdf?sequence=1 Acesso em 2 jul. 2012.

- Breviario. In: Revistas Curitibanas: 1900-1920. Disponível em: http://www.revistascuritibanas.ufpr.br/ordemalfabetica.php#. Acesso em: 9 jan. 2014.