Cultura Pop | A Marvel Comics publica a primeira edição de O Incrível Hulk — 10 de maio de 1962
por Raquel Ferreira
10 maio 2021
Artigo arquivado em Cultura Pop
e marcado com as tags Avengers, Jack Kirby, O Incrível Hulk, Secult, Stan Lee, Universo Marvel
Lançamento do Incrível Hulk
Inspirado na obra de Robert Louis Stevenson, O Estranho caso de Dr. Jeckyll e Sr. Hyde, bem como em Frankenstein, obra da escritora Mary Shelley, surge, em 10 de maio de 1962, um personagem bastante peculiar: O Incrível Hulk. É gigantescamente verde, fruto de uma contaminação radioativa sofrida pelo físico Dr. Robert Bruce Banner e, por isso, também conhecido como Golias ou Gigante Esmeralda, Doutor Jade, Gigante Verde.
Criado em uma parceria entre o roteirista Stan Lee (1922-2018) e o desenhista Jack Kirby (1917-1994) - que juntos também conceberam Quarteto Fantástico (1961), Thor (1962), X-Men (1963), dentre outros - quando transformado em Hulk, o físico Dr. Banner teria poderes como superforça, resistência, durabilidade, saltos em altura e longa distância, invulnerabilidade. Seu perfil, no entanto, não o enquadrava no típico herói e, por onde passava, pairava a dúvida: será um homem, um monstro, ou os dois? (Manchete).
Na concepção inicial, o personagem apresentaria coloração acinzentada e sua transformação ocorreria ao anoitecer. Contudo, Lee e Kirby optaram por subordinar a mudança Banner/Hulk às influências emocionais sobre Dr. Banner - uma clara aproximação aos personagens Dr. Jeckyll e Mr. Hyde, em contraposição à mitologia do Lobisomem. A cor esverdeada seria devido a um problema nas primeiras impressões da revista, que sairiam com a tonalidade verde esmeralda ao invés de cinza. A criação do personagem se dava em um contexto de esgotamento de temáticas com personagens com traços estritamente heróicos, o que explica a linha terror/suspense escolhida para Hulk, que mesclaria elementos grotescos, bizarros, apavorantes, aos superpoderes típicos de um herói (Jornal do Brasil).
Trágica, como a maioria das histórias de heróis, a vida de Dr. Bruce Banner não seria diferente: Bruce perdeu a mãe, devido a um acesso de fúria e loucura do próprio pai, e foi criado por sua tia, Susan Banner. Na juventude, cursou física onde conheceu Tony Stark - uma outra mente prodigiosa, mas voltada para a produção de armas - de quem se tornou próximo, em uma amizade entremeada por rivalidade científica. Apesar da perda sofrida, Banner manteve o princípio de tentar curar doenças através da física, tendo desenvolvido um equipamento de radiação gama para tal. Após seu doutorado em física nuclear, foi trabalhar no Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no setor de pesquisa nuclear na base militar do Novo México, que estaria sob o comando do general Thaddeus E. “Thunderbolt” Ross - oficial da Força Aérea. Trabalhando ali, ele foi incumbido de criar uma arma de destruição em massa. Ao se negar, Banner procurou interromper o teste do equipamento criado por ele - e transformado em uma poderosa bomba por Stark. Ao deparar-se com um jovem nas proximidades do teste, Dr. Banner salva o rapaz, recebendo toda a carga de radiação. Assim, Bruce sofreria uma mutação que o possibilitaria alterar sua aparência e sua força, sempre que estivesse em situação de ameaça ou fúria.
A dupla identidade Banner/Hulk contaria, a partir de então, com a proteção e sigilo do adolescente de nome Rick Jones, salvo por ele no momento da explosão. Na cultura pop, Hulk é considerado herói pela sua força descomunal e invulnerabilidade. Entretanto, apesar da inteligência fenomenal de Banner, enquanto transformado em Hulk a força, sob influência do emocional enfurecido, se sobrepõe aos predicados geniais do físico. No mundo das HQ, o personagem é visto como ameaça e perseguido por seus antagonistas, dentre eles o próprio General Ross e o Abominável - inimigo de Hulk.
A vida amorosa de Bruce Banner sofre um duro golpe, ao perder a amada Betty Ross, filha do general Ross - o comandante da base onde atuava. Vagando sem paradeiro, chegou a tentar acabar com a própria vida sem obter sucesso, pois a invulnerabilidade do Hulk não permitia. As histórias ao entorno de Hulk se expandem ao longo das publicações, perpassando os mundos e trajetórias de outros heróis do Universo Marvel. Nas mais recentes aparições do personagem nas telas de cinema, por exemplo, arregimentado pelo grupo de heróis formado por Tony Stark, Thor, Capitão América, Viúva Negra, Visão, Pantera Negra, dentre outros - Os Vingadores (The Avengers) -, passa a lutar no combate aos inimigos que tentam destruir a vida na terra.
No Brasil, a Editora Brasil-América Limitada (EBAL), de propriedade de Adolfo Aizen, trouxe as HQ do Hulk ainda na década de 1960. A série, intitulada Super X, trazia dois heróis em seus fascículos e o de N.0, lançado em 1967, apresentaria as historinhas do Príncipe Submarino e Hulk. Posteriormente, na década de 1970, a Bloch Editores, de propriedade de Adolfo Bloch, também passou a publicar o Incrível Hulk (Manchete).
Em 1977 o herói sai das páginas das HQ para as películas. O filme O Incrível Hulk: Como a Fera nasceu (1977), foi sucedido por O Incrível Hulk: Casado(1978). Dez anos depois apareceriam O Retorno do Incrível Hulk (1988), O Julgamento do Incrível Hulk (1989), A Morte do Incrível Hulk (1990). Nos anos 2000, surgem Hulk(2003), O Incrível Hulk (2008), Hulk Vs. (2009) e Planeta Hulk (2010). Na década seguinte, o personagem entraria na saga dos Vingadores, nos filmes Vingadores (2012), Vingadores: A era de Ultron (2015), Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019). Na TV foi exibida, entre as décadas de 1970 e 1980, a série O Incrível Hulk (1979), protagonizada, inicialmente, por Lou Ferrigno (Manchete).
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Jornal do Brasil
Iconografia
O Incrível Hulk (Manchete)
Inspirado na obra de Robert Louis Stevenson, O Estranho caso de Dr. Jeckyll e Sr. Hyde, bem como em Frankenstein, obra da escritora Mary Shelley, surge, em 10 de maio de 1962, um personagem bastante peculiar: O Incrível Hulk. É gigantescamente verde, fruto de uma contaminação radioativa sofrida pelo físico Dr. Robert Bruce Banner e, por isso, também conhecido como Golias ou Gigante Esmeralda, Doutor Jade, Gigante Verde.
Criado em uma parceria entre o roteirista Stan Lee (1922-2018) e o desenhista Jack Kirby (1917-1994) - que juntos também conceberam Quarteto Fantástico (1961), Thor (1962), X-Men (1963), dentre outros - quando transformado em Hulk, o físico Dr. Banner teria poderes como superforça, resistência, durabilidade, saltos em altura e longa distância, invulnerabilidade. Seu perfil, no entanto, não o enquadrava no típico herói e, por onde passava, pairava a dúvida: será um homem, um monstro, ou os dois? (Manchete).
Na concepção inicial, o personagem apresentaria coloração acinzentada e sua transformação ocorreria ao anoitecer. Contudo, Lee e Kirby optaram por subordinar a mudança Banner/Hulk às influências emocionais sobre Dr. Banner - uma clara aproximação aos personagens Dr. Jeckyll e Mr. Hyde, em contraposição à mitologia do Lobisomem. A cor esverdeada seria devido a um problema nas primeiras impressões da revista, que sairiam com a tonalidade verde esmeralda ao invés de cinza. A criação do personagem se dava em um contexto de esgotamento de temáticas com personagens com traços estritamente heróicos, o que explica a linha terror/suspense escolhida para Hulk, que mesclaria elementos grotescos, bizarros, apavorantes, aos superpoderes típicos de um herói (Jornal do Brasil).
Trágica, como a maioria das histórias de heróis, a vida de Dr. Bruce Banner não seria diferente: Bruce perdeu a mãe, devido a um acesso de fúria e loucura do próprio pai, e foi criado por sua tia, Susan Banner. Na juventude, cursou física onde conheceu Tony Stark - uma outra mente prodigiosa, mas voltada para a produção de armas - de quem se tornou próximo, em uma amizade entremeada por rivalidade científica. Apesar da perda sofrida, Banner manteve o princípio de tentar curar doenças através da física, tendo desenvolvido um equipamento de radiação gama para tal. Após seu doutorado em física nuclear, foi trabalhar no Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no setor de pesquisa nuclear na base militar do Novo México, que estaria sob o comando do general Thaddeus E. “Thunderbolt” Ross - oficial da Força Aérea. Trabalhando ali, ele foi incumbido de criar uma arma de destruição em massa. Ao se negar, Banner procurou interromper o teste do equipamento criado por ele - e transformado em uma poderosa bomba por Stark. Ao deparar-se com um jovem nas proximidades do teste, Dr. Banner salva o rapaz, recebendo toda a carga de radiação. Assim, Bruce sofreria uma mutação que o possibilitaria alterar sua aparência e sua força, sempre que estivesse em situação de ameaça ou fúria.
A dupla identidade Banner/Hulk contaria, a partir de então, com a proteção e sigilo do adolescente de nome Rick Jones, salvo por ele no momento da explosão. Na cultura pop, Hulk é considerado herói pela sua força descomunal e invulnerabilidade. Entretanto, apesar da inteligência fenomenal de Banner, enquanto transformado em Hulk a força, sob influência do emocional enfurecido, se sobrepõe aos predicados geniais do físico. No mundo das HQ, o personagem é visto como ameaça e perseguido por seus antagonistas, dentre eles o próprio General Ross e o Abominável - inimigo de Hulk.
A vida amorosa de Bruce Banner sofre um duro golpe, ao perder a amada Betty Ross, filha do general Ross - o comandante da base onde atuava. Vagando sem paradeiro, chegou a tentar acabar com a própria vida sem obter sucesso, pois a invulnerabilidade do Hulk não permitia. As histórias ao entorno de Hulk se expandem ao longo das publicações, perpassando os mundos e trajetórias de outros heróis do Universo Marvel. Nas mais recentes aparições do personagem nas telas de cinema, por exemplo, arregimentado pelo grupo de heróis formado por Tony Stark, Thor, Capitão América, Viúva Negra, Visão, Pantera Negra, dentre outros - Os Vingadores (The Avengers) -, passa a lutar no combate aos inimigos que tentam destruir a vida na terra.
No Brasil, a Editora Brasil-América Limitada (EBAL), de propriedade de Adolfo Aizen, trouxe as HQ do Hulk ainda na década de 1960. A série, intitulada Super X, trazia dois heróis em seus fascículos e o de N.0, lançado em 1967, apresentaria as historinhas do Príncipe Submarino e Hulk. Posteriormente, na década de 1970, a Bloch Editores, de propriedade de Adolfo Bloch, também passou a publicar o Incrível Hulk (Manchete).
Em 1977 o herói sai das páginas das HQ para as películas. O filme O Incrível Hulk: Como a Fera nasceu (1977), foi sucedido por O Incrível Hulk: Casado(1978). Dez anos depois apareceriam O Retorno do Incrível Hulk (1988), O Julgamento do Incrível Hulk (1989), A Morte do Incrível Hulk (1990). Nos anos 2000, surgem Hulk(2003), O Incrível Hulk (2008), Hulk Vs. (2009) e Planeta Hulk (2010). Na década seguinte, o personagem entraria na saga dos Vingadores, nos filmes Vingadores (2012), Vingadores: A era de Ultron (2015), Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019). Na TV foi exibida, entre as décadas de 1970 e 1980, a série O Incrível Hulk (1979), protagonizada, inicialmente, por Lou Ferrigno (Manchete).
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O Incrível Hulk (Manchete)