BNDigital

Cultura Popular | Carnaval de rua

06 fev 2021

Artigo arquivado em Cultura Popular
e marcado com as tags Biblioteca Nacional, Carnaval, Carnaval Brasileiro, Carnaval de Rua, Festa Popular, Secult

Não é a primeira vez que a data do carnaval brasileiro foi alterada, em 1892 por questões sanitárias. Já em 1912 pela morte do ministro das Relações Exteriores, José Maria da Silva Paranhos Júnior. O carnaval, a maior festa popular brasileira,possui data móvel, entre fevereiro e março. Com inúmeras formas e expressões no país como, desfiles das escolas de samba, blocos, bailes, micaretas, festas privadas. Os ritmos são diferentes, se completam e, às vezes, se misturam, entre o samba, axé, maracatu, maxixe, frevo, funk, marchinhas, toadas de boi.

O carnaval chegou ao Brasil através de uma tradição portuguesa, ainda no entorno do século XVII.A tradição, no entanto, é anterior, da Idade Média, com elementos da Antiguidade. A festa possui associação direta com o calendário cristão, o final do carnaval, a quarta-feira de cinzas, marca o início do período da quaresma e a data de celebração da Páscoa.

As festas de rua, no final do século XVIII eram chamadas de entrudo. A elite considerava o entrudo uma festa violenta, sem organização.Os participantes, os escravizados e populares jogavam farinha, água, ovo, uns nos outros. No intuito de amenizar a festa popular, o baile de máscaras, inspirando na França, chegou ao Brasil, porém, não aquietou as festas indesejadas, aliás, elas só aumentavam.

No final do século XIX, o surgimento das associações carnavalescas, dos blocos,cordões, ranchos e afoxés inflou ainda mais o carnaval popular de rua, que, desde então, só cresce. A festa de carnaval, espetáculo, paixão que reúne multidões,a cada ano torna-se manifestação política e crítica à realidade brasileira. A figura do folião, com fantasias clássicas e criativas releva o rosto de tantos profissionais envolvidos na indústria do carnaval e do povo que sai às ruas brasileiras, em momentos de descontração.

A fotografia em destaque pertence à Coleção Arthur Ramos, ao álbum: “[O negro brasileiro nas primeiras décadas do século XX: cultura e aspectos sociais] “. O álbum possui registros das três primeiras décadas do século XX e registra diversos negros em atividades, como carnaval, capoeira, nas ruas.

(Seção de Iconografia)