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História Geral | 75 anos do bombardeio atômico sobre o Japão

06 ago 2020

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e marcado com as tags 1945, Bomba Atômica, Guerra Mundial, Hiroshima, Japão, Memorial da Paz, Nagasaki

Há 75 anos, às 08h15 do dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram sobre a cidade japonesa de Hiroshima a bomba atômica batizada de “Little Boy”, que explodiu a aproximadamente 600 metros de altura, acima do Hospital Shima, transformando a cidade em cinzas. Três dias depois outra bomba atômica foi lançada sobre a cidade de Nagasaki, e o Japão terminaria por anunciar sua rendição incondicional na Segunda Guerra Mundial em 15 de agosto de 1945.

Dez anos após o bombardeio, em 24 de agosto de 1955, foi inaugurado o Museu Memorial da Paz de Hiroshima, criadoem consonância com a lei especial promulgada em 1949 que estipulava a reconstrução de Hiroshima como uma cidade memorial da paz.

A origem do museu deve-se ao trabalho de Shogo Nagaoka (1901-1973), que se tornou seu primeiro diretor. Era geólogo e trabalhava no Departamento de Geologia e Mineralogia da atual Universidade de Hiroshima. Nagaoka encontrava-se em Yamaguchi no dia do bombardeio e de volta à cidade dois dias depois, notou uma característica anormal no pedestal de uma lanterna de pedra no santuário Hiroshima Gokoku, cuja superfície derretida e deformada feriu suas mãos como agulhas. Percebeu que não se tratava de uma bomba convencional e pôs-se a investigá-la.

Nagaoka passou a coletar artefatos, destroços e amostras geológicas em meio às ruínas, auxiliado pela família, estudantes e voluntários. Mediu as doses de radiação em objetos e locais da cidade e examinouseus efeitos sobre plantas e animais. Analisou as marcas escuras (sombras) fixadas nas superfícies, medindo o ângulo e a direção dos raios de luz que as projetaram, estimando o ponto em que a bomba explodiu no ar e seu referencial no solo. Conduziu pesquisas tanto em Hiroshima quanto em Nagasaki.

O Museu Memorial da Paz de Hiroshima, situado no Parque Memorial da Paz, tem o objetivo de
coletar e preservar objetos, fotografias, documentos e outros materiais relacionados aos danos causados pela bomba atômica. Além da preservação da memória, busca gerar reflexão e estudos sobre a devastação provocada pelas armas nucleares.


Edição do Correio Paulistano publicada em 8 de agosto de 1945