BNDigital

História Geral | Gandhi e a consciência social

14 out 2021

Artigo arquivado em História Geral
e marcado com as tags Desobediência Civil, Independência da Índia, Mahatma Gandhi, Não Violência

Em 02 de outubro de 1869, nascia Mohandas Karamchand Gandhi, em Porbandar, cidade do estado litorâneo de Guzarate, na Índia. Gandhi nasceu em uma família hindu, tendo uma mãe devota e um que pai foi primeiro-ministro e auxiliava o governante local. Gandhi casou-se aos 13 anos, com Kasturba Gandhi, um casamento acordado entre as famílias dos noivos, tradição em sua cultura.

Ainda bem jovem foi para a Londres, estudar Direito, com o consentimento da família. Em 1891, aos 22 anos, retornou ao seu país com o intuito de exercer a profissão de advogado. Foi admitido em uma firma, o que o fez mudar-se para a África do Sul, representando-a. No país africano, Gandhi deparou-se com a dura realidade vivida pelos hindus naquele país, vítimas de discriminação e preconceito.

A partir de então, Gandhi iniciou uma caminhada norteada por forte consciência social. Essa diretriz foi a marca de sua vida e de toda a sua trajetória política. Desde os anos em que estudava Direito na Inglaterra, passou a ter contato com diferentes ideários, representados por nomes como Liev Tolstoi e Henry David Thoreau. Este, em seu ensaio “A desobediência civil”, lançou as bases para ações libertárias, tendo em Gandhi sua expressão máxima. Outro filósofo que em muito o influenciou foi o russo Piotr A. Kroptkin, introduzindo-o no pensamento anarquista.

Assim, começava a delinear-se o que se tornaria a espinha dorsal de sua atividade política, expressada nos protestos, tendo como tática a “desobediência civil”, que marcaria os movimentos nacionalistas e de “luta” pela independência das colônias da África e da Ásia.

Aliada à prática de desobediência civil, pregava a “não violência” como caminhos para a conquista de direitos de da emancipação política indiana. Em decorrência disso, Gandhi passou vários períodos preso, o que não foi impedimento para que fosse nomeado Mahatma (“venerável”, “respeitável”, “de grande alma”). Submetia-se a jejuns como forma de reinvindicação, o que era amplamente noticiado.

O embate entre Gandhi e seus seguidores e o Império Britânico começara. O uso de marchas, o não pagamento de imposto e o boicote aos produtos ingleses foram amplamente utilizados. Um dos maiores exemplos da capacidade de organização e de união empreendidos por Gandhi e seus seguidores foi a “Marcha do Sal”, iniciada em 11 de março de 1930. Durante mais de 20 dias, percorreram o superior a 100 milhas em direção ao mar, em protesto à proibição imposta pelo governo britânico em relação à extração de sal na índia, que se tornara expressão máxima do colonialismo inglês. Mesmo após a prisão de Gandhi, entre milhares de indianos, o movimento continuou. Desafiaram as autoridades britânicas, que reagiram com truculência.

Outro desafio enfrentado era a rivalidade interna na Índia, com grande oposição entre hindus e muçulmanos. A situação interna encontrava-se cada vez mais acirrada, fora os movimentos contrários ao controle colonial. Essa conjuntura levou ao reconhecimento da independência da Índia, em 1947. Todavia, o embate interno continuava, entre hindus e muçulmanos, o que provocou a divisão do território seguindo uma diretriz religiosa, resultando em duas nações independentes, Índia e Paquistão.

A divisão em dois territórios um predominantemente hindu, a Índia, e o outro muçulmano, o Paquistão, colocou em evidencia a dificuldade encontrada por Mahatma Gandhi, e pelo próprio movimento de independência, em conciliar propostas e expectativas tão divergentes, comuns em processos de emancipação política, marcados por forte pressão dos governos coloniais e com a forte presença de atores tão antagônicos. Divergências essas que marcaram, inclusive, o contexto interno indiano, que culminou com o assassinato de Mahatma Gandhi, por um fundamentalista hindu, em 30 de janeiro de 1948.

Acervo sobre o tema:

Jornal do Brasil ( RJ)

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_05/7957

http://memoria.bn.br/DocReader/030015_05/8688


Diário Carioca

http://memoria.bn.br/DocReader/093092_02/707

http://memoria.bn.br/DocReader/093092_02/2631


Correio da Manhã ( RJ)

http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/414

http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/427

http://memoria.bn.br/DocReader/089842_05/447


Gazeta de Noticias (RJ)

http://memoria.bn.br/DocReader/103730_07/365

http://memoria.bn.br/DocReader/103730_07/1945

http://memoria.bn.br/DocReader/103730_07/1975


Diário de Noticias (RJ)

http://memoria.bn.br/DocReader/093718_02/31978

http://memoria.bn.br/DocReader/093718_02/32282

http://memoria.bn.br/DocReader/093718_02/33168

http://memoria.bn.br/DocReader/093718_02/34879


A noite (RJ)

http://memoria.bn.br/DocReader/348970_04/50758

http://memoria.bn.br/DocReader/090972_09/36201


Correio Paulistano (SP)

http://memoria.bn.br/DocReader/090972_09/36237

http://memoria.bn.br/DocReader/090972_09/36297

http://memoria.bn.br/DocReader/090972_09/36343

http://memoria.bn.br/DocReader/090972_09/36356



Correio Paulistano