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Literatura | Ariano Suassuna, o bom humor a favor da cultura nacional

16 jun 2021

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Em 16 de junho de 1927 na cidade de Parahyba, hoje João Pessoa, no estado da Paraíba, nasceu Ariano Vilar Suassuna. Filho de Rita de Cássia Dantas Villar e do político João Suassuna que foi presidente da Paraíba de 1924 a 1929.

Seus pais acolheram o irmão mais jovem de sua mãe chamado Dantas, quando este perdeu a mãe. João Suassuna faleceu quando Ariano tinha apenas 3 anos, mas seu legado foi transmitido ao filho através de Dantas repassou ao sobrinho a influência literária que recebera do cunhado. Dantas incentivava Ariano a ler Eça de Queirós, Euclides da Cunha e outros tantos. O tio Joaquim, também irmão de sua mãe, fazia leituras para Ariano, ainda muito pequeno, de trechos do livro “D. Sebastião: rei de Portugal : 1554-1578” de Antero de Figueiredo em que relatava a Batalha Alcácer Quibir.

Em 1946 ingressou na faculdade de direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. No ano seguinte publicou sua primeira peça teatral “Uma mulher vestida de sol”. Em 1950 formou-se em direito, exercendo a profissão nos anos de 1952 a 1956 ao mesmo tempo em que escrevia peças de teatro. Abriu mão da carreira no direito para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. Além do teatro, escreveu romances e poesias. Algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema e a TV como “O santo e a porca” e “Auto da compadecida”. Em 1957 casou-se com Zélia, mulher com quem passou a vida e a quem dedicou seu amor publicamente diversas vezes afirmando ter sido ela um marco em sua vida. Em 1989 foi eleito o sexto ocupante da Cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras.

Embora seu senso de humor cômico seja marcante, nem sempre foi assim. Na juventude ele produziu textos trágicos, que refletiam suas vivências.

Travou uma luta contra a globalização e em prol da valorização da cultura brasileira, acreditando que esta era uma incumbência que o povo lhe atribuíra. Suas armas nessa batalha eram, além de seus textos, suas falas públicas em que sempre se posicionou contra a importação de outras culturas e exaltou a produção nacional.

Em 23 de julho de 2014, depois de um AVC Ariano sofreu um infarto e faleceu aos 87 anos, deixando um rico legado que representa a cultura e o povo brasileiro. 

(Seção de Iconografia)