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Literatura | Émile Zola: a sociedade francesa sob a ótica naturalista

02 abr 2021

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Emile-Édouard-Charles-Antoine Zola nasceu em Paris em 2 de abril de 1840. Durante a infância viveu em Aix-en-Provence, no sul da França, cidade onde seu pai atuava como engenheiro civil. Aos 7 anos ficou órfão de pai, e sua família passou a viver uma situação financeira delicada.  Aos 18 anos retornou à Paris, onde começou a trabalhar na editora Hachette em 1862. Para complementar a renda, Zola escreveu artigos para diversos periódicos e em 1864 publicou seu primeiro livro “Contes à Ninon”. Em 1867 publica seu primeiro romance de sucesso “Thérèse Raquin”, obra que apresenta o estilo naturalista do qual o autor é pioneiro. Era amigo de Paul Cézanne que o apresentou a Édouard Manet e outros pintores impressionistas.

Em 1870 publicou o primeiro livro da “Saga dos Rougon-Macquart”, obra composta por 20 títulos em que retrata a sociedade contemporânea francesa através das famílias Rougon e Macquart. A obra máxima dessa saga é “Germinal”, em que o autor descreve as condições sub-humanas de trabalhadores de uma mina de carvão que organizam uma greve para exigir melhores condições de trabalho. Zola ficou conhecido como o escritor que melhor representou a classe operária francesa.

O posicionamento político do escritor não se limitou a sua obra. Em 1898 ele publicou uma carta aberta no jornal “L’Aurore” sobre o caso Dreyfus (o julgamento polêmico de um oficial francês judeu acusado de traição). Na carta Zola se posicionou contra o governo acusando-o de fraude no processo e de antissemitismo. Essa atitude fez com que o escritor fosse acusado e condenado por injúria contra o governo. Para fugir da condenação Zola refugiou-se na Inglaterra e retornou à França no ano seguinte.

Em 28 de setembro de 1902 Zola e a esposa morreram de envenenamento por monóxido de carbono devido a uma obstrução da chaminé da lareira de sua casa. Suspeita-se que a causa da morte não tenha sido acidental e que pode ter relação com seu posicionamento no caso Dreyfus.

(Seção de Iconografia)