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Literatura | Paul Claudel, diplomata e poeta francês

23 fev 2021

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Paul Claudel (1868-1955), o poeta católico, teve sua carreira literária como escritor paralela à de diplomata. Começou na carreira como cônsul na China, passou por Praga, Frankfurt, Hamburgo, Tokio, Washington e Bruxelas.

Durante a Primeira Guerra esteve no Brasil. Em 1917, chegou numa missão diplomática como embaixador e trouxe o músico Darius Milhaud como secretário da legação francesa. A imagem que ilustra este post é da primeira recepção do ministro Paul Claudel no Rio de Janeiro. A viagem tinha como objetivo reforçar os laços diplomáticos entre os dois países na entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial ao lado dos aliados, além de resolver acordos comerciais.

O outro lado da viagem deu-se no plano artístico, na relação que Paul Claudel e Darius Milhaud estabeleceram com o meio sócio cultural brasileiro e os frutos colhidos deste período. Paul Claudel se encanta com a exuberância do Rio de Janeiro que o inspira em seus poemas, transforma os salões da mansão da legação francesa na Rua Paissandu em palco para recepções de grandes figuras da arte europeia que apareceram por aqui fugindo da guerra como os bailarinos Nijinski e Anna Pavlova, o pianista Arthur Rubinstein. Escreve aqui três peças, entre elas “O homem e seu desejo”, cuja música foi escrita por Darius Milhaud. Este compositor ficou imensamente interessado na música brasileira, convivendo intimamente com os membros da comunidade musical erudita. Compôs a suíte “Saudades do Brasil”, onde cada composição leva um nome de um bairro carioca. Sem dúvida o que ambos viveram aqui teve expressão em suas obras e, de certa forma, tornaram o Brasil mais conhecido na França.

(Seção de Iconografia)


Primeira recepção do Ministro Paul Claudel. Correio da manhã, 23 de fevereiro de 1917.