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Literatura | Zélia Gattai, um olhar sobre a memória

17 maio 2021

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Zélia Gattai nasceu em 02 de julho de 1916 na cidade de São Paulo. Filha de italianos que migraram para o Brasil com objetivo de fundar uma colônia anarquista, seguiu os passos dos pais na militância política. Casou-se com 20 anos com Aldo Veiga, com quem teve seu primeiro filho, Luís Carlos, permanecendo casada por oito anos.

Conheceu Jorge Amado em 1945 e caiu nos encantos do escritor. Trabalharam juntos e depois de alguns meses começaram um relacionamento que só acabou com a morte do escritor em 2001. O casal tinha em comum a militância política e a literatura. No fim da década de 1940, se exilaram em Paris por três anos após o Partido Comunista, pelo qual Jorge havia sido eleito deputado federal, ser declarado ilegal. Tiveram dois filhos João Jorge e Paloma.Na França, para registrar o crescimento do filho e enviar à família no Brasil, Zélia comprou sua primeira câmera fotográfica e então percebeu que tinha o dom de tirar fotos como ninguém. Através da fotografia ela registrou o exílio, a rotina da família e de Jorge Amado.

Em 1979 lança seu primeiro livro “Anarquistas, graças a Deus”, um livro de memórias que conta a história dos imigrantes italianos e de seus pais. Embora o estilo memorialista tenha sido o mais presente na escrita de Zélia, em 1989 ela se lançou na ficção com o livro infantil “Pipistrelo das mil cores”.

Suas produções fotográficas e literárias formam o mais rico acervo sobre Jorge Amado. Em 17 de maio de 2008 ela não resistiu a uma insuficiência renal e veio a óbito. Suas cinzas foram depositadas na Casa do Rio Vermelho junto às de Jorge.

(Seção de Iconografia)