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Memória | Inauguração da Rádio Nacional

21 set 2020

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No alto do edifício “A Noite”, que abrigava a sede do jornal com o mesmo nome, em 12 de setembro de 1936, foi inaugurada aquela que veio a se tornar a maior emissora de rádio do país, a Rádio Nacional. Desde a fundação da primeira radiodifusora do país por Roquette-Pinto, em 1923, as ondas do rádio foram tomando o país. O incentivo maior apareceu quando o governo de Getúlio Vargas regulamentou o funcionamento das rádios e autorizou a veiculação da publicidade em 1931. O rádio se popularizou, o governo percebeu o poder do veículo e encampou a Rádio Nacional em 1940. Toda verba da publicidade era revertida para a emissora, que modernizou seus equipamentos e pôde contratar o melhor elenco de músicos, cantores, atores e radialistas.

A Rádio Nacional instituiu algumas paixões nacionais: os programas de auditório e as novelas. Os programas de auditório já existiam em outras emissoras, mas foi na Radio Nacional e na Radio Tupi que tiveram um alcance maior. Lançaram vários artistas que se tornaram ícones da música popular brasileira. Os mais famosos eram os programas de Cézar de Alencar, de Manoel Barcelos e de Paulo Gracindo. Os dois primeiros eram responsáveis pelo fla-flu do rádio, o concurso de Rainha do Rádio, onde a torcida se dividia entre a estrela do programa de Cézar, Emilinha Borba, e a do programa de Manoel Barcelos, Marlene. A ideia de apresentar novelas na rádio surgiu a partir do sucesso das experiências de radiodramatizações de peças teatrais. A radionovela era um gênero diferente, tinha um modelo seriado, já em moda na America Latina.

Foi assim que Gilberto Martins fez uma adaptação de uma novela Cubana, Em busca da Felicidade, a primeira novela do rádio, que esteve em cartaz na Radio Nacional de 1941 a 1943.

(Seção de Iconografia)


Praça Mauá, edifício do "À Noite". Rio de Janeiro, RJ: [s.n.], [193-]. 1 foto, Cópia fotográfica de gelatina e prata, p&b, 22,2 x 16,4.