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Música | A estrela Carmem Miranda

05 ago 2020

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Carmem Miranda, graciosa, brejeira, divertida e encantadora, criou um personagem que conquistou o Brasil e, os Estados Unidos e o mundo.

Em uma época em que a indústria do disco estava começando, foi sua primeira estrela. No rádio também, onde foi a primeira artista contratada, pois antes as artistas só recebiam por cachê. Nos anos de 1935 e 1936 foi a primeira atração brasileira fixa a cantar no Cassino da Urca. Foi lá que começou a cantar vestida de baiana, inspirada por Dorival Caymmi, que a chamou para gravar “O que é que a baiana tem?”. A letra do samba estimulava a utilização dos apetrechos que a música indicava na sua performance. Logo depois, em 1939, Carmem aparece caracterizada de baiana, cantando a música de Caymmi no filme “banana da Terra”. Estava consagrado o seu estilo.

O caminho para os EUA iniciou com o convite de Lee Shubert, um magnata do show business que estava assistindo seu show no cassino da Urca, ficou encantado com ela e a levou para a Brodway. No ano seguinte estava cantando para o presidente Roosevelt na casa Branca. Em pouco tempo se tornou o símbolo do Brasil nos EUA.

A sorte da estrela começou a virar em 1946 quando ela não renovou seu contrato com a FOX e se casou com David Sebastian, que se tornou seu empresário. Ele imprimiu uma rotina de trabalho estafante à Carmem, que se viciou em estimulantes e remédios para dormir, tornando-se dependente química. Com a saúde afetada, em 1954 passou uma temporada no Brasil para se recuperar. Ao voltar aos EUA, em 1955, retornou a mesma agenda até o dia em que ela desmaiou em uma apresentação de TV ao vivo. Faleceu no mesmo dia 5 de agosto de um ataque cardíaco em sua casa em Beverly Hills. Seu corpo foi transportado para o Rio de Janeiro, onde foi sepultada no dia 13 de agosto, cujas imagens se encontram no link abaixo.


David Sebastian diz adeus à Carmem: “Nosso amor é maior que a morte”. Revista do Radio, Rio de Janeiro, 27 de ago. 1955.