Música | Centenário de Mercedes Reis Pequeno, criadora e organizadora da Seção de Música e Arquivo Sonoro da Fundação Biblioteca Nacional
por Elizete Higino
24 fev 2021
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A bibliotecária e musicóloga Mercedes Reis Pequeno nasceu no dia 08 de fevereiro de 1921, na cidade do Rio de Janeiro, filha de Pedro Moutinho dos Reis e Maria Olympia de Moura Reis. Em 1937, diplomou-se no Curso de Piano pela Escola Nacional de Música, da Universidade do Brasil, atual, Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro; completou o Curso de Biblioteconomia, do Departamento Administrativo do Serviço Público, em 1943. Foi colaboradora da Revista Brasileira de Música, da Escola de Música da UFRJ, no período de 1940-1941. A partir de 1951 até 1991, trabalhou como chefe da Seção de Música e Arquivo Sonoro da Fundação Biblioteca Nacional, setor que criou e organizou.
A bibliotecária Dona Mercedes, como todos a chamavam, reuniu e trabalhou tecnicamente livros e partituras extraídos da coleção geral da Biblioteca Nacional e passou a atender usuários dessa coleção musical. Durante sua permanência à frente da Divisão de Música e Arquivo Sonoro, organizou 38 exposições, muitas delas com edição de catálogos. A exposição comemorativa do centenário de nascimento do compositor e pianista Ernesto Nazareth (1863-1934), apresentada também em Brasília, teve o mérito de ser o primeiro levantamento da obra do compositor.
Convidada pela União Pan-americana, atual OEA, exerceu, de 1947 a 1949, a função de assistente do musicólogo americano Charles Seeger (1886-1979), então diretor da divisão de música da entidade. Como vice-presidente da Association Internationale des Bibliothèques, Archives et Centres de Documentation Musicaux, no período de 1965-1974, colaborou em vários projetos da entidade, destacando-se o RISM (Répertoire International des Sources Musicales) e RILM (Répertoire International de Litterature Musicale). Foi membro correspondente do Boletin Interamericano de Música, publicado pela OEA, Washington, D.C., de 1950-1973. Ministrou cursos de organização de bibliotecas de música e participou de vários congressos da Associação Internacional de Bibliotecas, Arquivos e Centros de Documentação de Música (AIBM). Escreveu vários artigos publicados, sobre música. Foi agraciada com as seguintes premiações:
. Prêmio Paula Brito – Bibliotecária – conferido pelo Conselho Estadual de Cultura, da Secretaria de Educação e Cultura (Rio de Janeiro), 1974
. Prêmio Estácio de Sá – Música erudita – conferido pelo Museu da Imagem e do Som, da Fundação Estadual de Museus do Rio de Janeiro, 1977.
. Medalha Museu da Imagem e do Som, 1990.
. Medalha Biblioteca Nacional – por destacados serviços prestados a esta Instituição, ao Livro e à Cultura Nacional, 1990.
. Medalha de Prata – Conferida Pela Société d’Encouragement au Progrès, Paris – por uma vida consagrada à preservação e progresso de arquivos sonoros que constituem testemunhas da humanidade, 1993.
Mercedes Reis Pequeno era membro da Academia Brasileira de Música desde 1994, na qual coordenou e implementou o projeto Bibliografia Musical Brasileira. Faleceu em 03 de agosto de 2015, na cidade do Rio de Janeiro.
Conheci Dona Mercedes pesquisando na Seção de Música da FBN, quando essa ainda funcionava no prédio sede. Comecei a trabalhar com ela em 1984 quando a seção de Música passou a ser Divisão e se mudou para o Palácio Gustavo Capanema. Dona Mercedes era uma profissional séria, conhecedora do seu ofício, amava o que fazia e sempre foi muito respeitada. Nós, funcionários que tivemos a satisfação de aprender sobre acervo musical com ela, só temos que expressar nossa eterna gratidão.
(Elizete Higino, chefe Seção de Música e Arquivo Sonoro).
A bibliotecária Dona Mercedes, como todos a chamavam, reuniu e trabalhou tecnicamente livros e partituras extraídos da coleção geral da Biblioteca Nacional e passou a atender usuários dessa coleção musical. Durante sua permanência à frente da Divisão de Música e Arquivo Sonoro, organizou 38 exposições, muitas delas com edição de catálogos. A exposição comemorativa do centenário de nascimento do compositor e pianista Ernesto Nazareth (1863-1934), apresentada também em Brasília, teve o mérito de ser o primeiro levantamento da obra do compositor.
Convidada pela União Pan-americana, atual OEA, exerceu, de 1947 a 1949, a função de assistente do musicólogo americano Charles Seeger (1886-1979), então diretor da divisão de música da entidade. Como vice-presidente da Association Internationale des Bibliothèques, Archives et Centres de Documentation Musicaux, no período de 1965-1974, colaborou em vários projetos da entidade, destacando-se o RISM (Répertoire International des Sources Musicales) e RILM (Répertoire International de Litterature Musicale). Foi membro correspondente do Boletin Interamericano de Música, publicado pela OEA, Washington, D.C., de 1950-1973. Ministrou cursos de organização de bibliotecas de música e participou de vários congressos da Associação Internacional de Bibliotecas, Arquivos e Centros de Documentação de Música (AIBM). Escreveu vários artigos publicados, sobre música. Foi agraciada com as seguintes premiações:
. Prêmio Paula Brito – Bibliotecária – conferido pelo Conselho Estadual de Cultura, da Secretaria de Educação e Cultura (Rio de Janeiro), 1974
. Prêmio Estácio de Sá – Música erudita – conferido pelo Museu da Imagem e do Som, da Fundação Estadual de Museus do Rio de Janeiro, 1977.
. Medalha Museu da Imagem e do Som, 1990.
. Medalha Biblioteca Nacional – por destacados serviços prestados a esta Instituição, ao Livro e à Cultura Nacional, 1990.
. Medalha de Prata – Conferida Pela Société d’Encouragement au Progrès, Paris – por uma vida consagrada à preservação e progresso de arquivos sonoros que constituem testemunhas da humanidade, 1993.
Mercedes Reis Pequeno era membro da Academia Brasileira de Música desde 1994, na qual coordenou e implementou o projeto Bibliografia Musical Brasileira. Faleceu em 03 de agosto de 2015, na cidade do Rio de Janeiro.
Conheci Dona Mercedes pesquisando na Seção de Música da FBN, quando essa ainda funcionava no prédio sede. Comecei a trabalhar com ela em 1984 quando a seção de Música passou a ser Divisão e se mudou para o Palácio Gustavo Capanema. Dona Mercedes era uma profissional séria, conhecedora do seu ofício, amava o que fazia e sempre foi muito respeitada. Nós, funcionários que tivemos a satisfação de aprender sobre acervo musical com ela, só temos que expressar nossa eterna gratidão.
(Elizete Higino, chefe Seção de Música e Arquivo Sonoro).