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O Constitucional

31 mar 2015

Artigo arquivado em Hemeroteca

O Constitucional – Jornal politico, religioso, scientifico, litterario.

Recife (PE), 1861 - ?

Iniciativa do padre, jornalista e educador Miguel do Sacramento Lopes Gama, O Constitucional foi lançado na capital pernambucana em 25 de março de 1861. No subtítulo, definia-se como um “Jornal politico, religioso, scientifico, litterario”, expondo no cabeçalho os seus princípios: a religião, a monarquia e a democracia. Com tipografia e escritórios situados no nº 48 da rua do Imperador, o periódico circulava diariamente, com quatro páginas, em formato standard.

No editorial da edição de estreia, O Constitucional se apresentava como órgão do Partido Liberal de Pernambuco, sucessor do Liberal Pernambucano, jornal criado em 1852, em que Antonio Vicente do Nascimento Feitosa era o redator principal (é possível que Feitosa tenha trabalhado também em O Constitucional). O jornal fazia oposição aguerrida ao Partido Conservador, polemizando com periódicos conservadores locais, como, por exemplo, o Diário do Recife.

O Constitucional privilegiava as questões políticas do Segundo Reinado, tendo feito dura oposição ao chamado 12º Gabinete, de 2 de março de 1861, presidido pelo conservador Luís Alves de Lima e Silva, o então marquês de Caxias. No âmbito local, fazia também oposição à política conservadora, criticando ferozmente a gestão de Ambrósio Leitão da Cunha. A partir de 29 de abril de 1861, Antônio Marcelino Nunes Gonçalves sucedeu a Leitão da Cunha na presidência de Pernambuco. Como também fosse do Partido Conservador, não contou com a aprovação do jornal, que no entanto não se mostrou tão agressivo nas críticas à sua gestão.

Além da combativa atuação política, O Constitucional trazia notícias e comentários sobre política internacional, noticiário de outros estados brasileiros, variedades locais, notícias do judiciário recifense e da Assembleia Legislativa Provincial, textos de rigor religioso e científico, cotações de preços de produtos importantes no comércio local, editais públicos, balancetes oficiais, textos a pedidos, avisos de utilidade pública, correspondência de leitores e anúncios.

A coleção deste jornal no acervo da Biblioteca Nacional termina no número 155, de 30 de setembro de 1861.

Fonte

SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.