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Paisagismo | Roberto Burle Marx, mestre dos jardins

04 ago 2021

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Roberto Burle Marx (1909-1994), considerado o criador do jardim moderno, foi também um artista no campo da pintura, da cerâmica, no artesanato e até na cenografia. Foi responsável pela criação do paisagismo brasileiro e deixou sua marca de genialidade especialmente na cidade do Rio de Janeiro: os jardins do Museu de Arte Moderna e o Parque do Flamengo, a praça do aeroporto Santos Dumont, o calçadão de Copacabana, o Largo da Carioca e seu entorno.

Filho de um alemão com uma pernambucana, foi no jardim botânico em Berlim que descobriu a flora brasileira no final dos anos de 1920. Antes de Burle Marx, a tendência ao se projetar jardins era a de copiar os jardins europeus. A estética dominante era a do paisagismo inglês mais próximo a manutenção da beleza natural da paisagem e o francês com a sua geometria e formalidade. Burle Marx rompeu com estas duas tradições. Não só trouxe um olhar diferenciado para a vegetação tropical, valorizando espécies antes desprezadas, mas imprimiu na paisagem um pensamento cromático sobre a natureza com desenhos orgânicos. Modernamente, concebeu uma organização planejada dos elementos naturais. Beleza, funcionalidade e integração com a vida urbana, ícones da arquitetura moderna, estão presentes na sua obra. O parque do Flamengo é um dos exemplos mais bem-sucedidos de utilização pública de projetos paisagísticos.

Burle Marx dizia que ele não copiava a natureza, aprendia com ela. Como legado deixou obras monumentais, inúmeros seguidores e uma visão do patrimônio natural como cultura que inspirou várias ações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e também convergiu para a construção do Ministério do Meio Ambiente em 1988.

(Seção de Iconografia)

Manchete, 1994