Radical Paulistano – Orgam do Club Radical Paulistano
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Já em sua primeira edição o Radical Paulistano era taxativo: “O Partido Conservador está morto” e “A revolução caminha, é melhor pois que ela seja prevenida por medidas profundas e largas, antes que vê-la chegar de braços cruzados, ou peor ainda, precipitá-la mais depressa, continuando-se com o systema absoluto que nos governa”. Esse tom reformista, todavia, assumiria contornos verdadeiramente antimonarquistas apenas duas edições depois. O discurso político da folha, ademais, não estava desacompanhado de outras pautas progressistas; Oscar Pilagallo, em sua “História da imprensa paulista”, destaca a importância que o Radical Paulistano teve junto à luta pela abolição da escravatura, além de ter, naturalmente, revelado seus redatores para o restante da imprensa liberal brasileira:
Em São Paulo, a defesa mais contundente do abolicionismo estava distante do republicanismo conservador dos cafeicultores. Na imprensa, a campanha contou com a participação de Rui Barbosa, que a ela se lançara, ao lado de Luiz Gama, no jornal Radical Paulistano, em 1869, quando, ainda estudante de direito no largo São Francisco, chegou a morar com o poeta abolicionista Castro Alves, seu colega. Nessa publicação, "derrocando o princípio da propriedade civil, [Rui Barbosa] constrói os alicerces em que se apoiaria a emancipação dos nascituros", escreve Elmano Cardim, em referência à Lei do Ventre Livre, assinada pouco depois, em 1871. (p. 39)
Em sua última edição, o Radical Paulistano louvava os nomes de quatro integrantes da corrente política a que pertencia: Bernardino Pamplona, Freitas Coitinho, Carneiro de Campos e Marcondes Varella.
Fontes:
- Acervo: edições do nº 1, ano 1, de 12 de agosto de 1869, ao nº 26, ano 1, de 13 de novembro de 1869.
- PILAGALLO, Oscar. História da imprensa paulista – jornalismo e poder de D. Pedro I a Dilma. São Paulo: Três Estrelas, 2012.
- SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.