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Série Documentos Biográficos | Pedido de Condecoração do Habito da Ordem de Cristo de Carlos Jozé de Almeida

29 jun 2022

Artigo arquivado em Série Documentos Biográficos

O “Projeto Documentos Biográficos: um retrato da vida cotidiana do Império (1808-1868)”, desenvolvido pela parceria entre a Fundação Biblioteca Nacional, o CONARQ e a UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, apresenta o requerimento de condecoração de Carlos Jozé de Almeida, para receber o Hábito da Ordem de Cristo.

O requerente faz seu pedido de condecoração, desejando que o seja levado à Sua Majestade Imperial D. Pedro II. Alega seus feitos e o cumprimento de seus deveres com a Corte, ao exercer o ofício de Escriturário da Contadoria Fiscal do Hospital Real e Militar da Corte Brasileira.

Na carta, Almeida afirma ser extremamente dedicado a seu ofício, informando que com muito zelo, estima e fidelidade permanece durante horas e dias que não são de sua obrigação, exercendo suas tarefas, até mesmo em domingos e dias santos, mostrando assim o comprometimento com o cumprimento de seus deveres e sua grande estima pela Corte onde trabalha e vive.

Sua solicitação é direcionada para a obtenção do Hábito da Ordem de Cristo, que foi instituída pela bula “Ad ea ex quibus”, do Papa João XXII, datada de 14 de Março de 1319 (ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO, 2022). A ordem foi criada com o intuito de ser uma reforma da anterior Ordem dos Templários, sendo assim, era uma ordem religiosa e militar. Foi secularizada em 1789, e em 1834 foi extinta como ordem religiosa, tornando-se honorífica por determinação de D. Maria II de Portugal. Foi extinta em 1910 e restabelecida em 1918.

No Brasil, a ordem recebeu o nome de “Imperial Ordem de Cristo” e foi utilizada por D. Pedro II para reconhecer e valorizar os feitos de seus servidores e vassalos.

Ao final da carta, consta um documento assinado pelo Oficial Maior Bento Francisco da Costa, informando ao requerente que seu pedido foi aprovado, e que, mediante o pagamento de vinte mil réis, ele poderia fazer a retirada da sua Carta de Condecoração como Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo, uma das três classes que ainda existiam da Ordem original.

O documento é composto de quatro páginas. É possível localizá-lo, através do catálogo da Seção de Manuscritos:

http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1612183/mss1612183.pdf

 

Referências:

CONVENTO DE CRISTO, 2022. Disponível em: http://www.conventocristo.gov.pt/pt/index.php?s=white&pid=194&identificador=ct123_pt. Acesso em 12 maio 2022.

KRAUSE, Thiago Nascimento. Em busca da honra: os pedidos de hábitos da Ordem de Cristo na Bahia e em Pernambuco, 1644-76. In: ENCONTRO DE HISTÓRIA ANPUH RIO, 13., 2008, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2008. p. 1-10.

OLIVAL, Fernanda. As Ordens Militares e o Estado Moderno: Honra, Mercê e Venalidade em Portugal (1641-1789). Lisboa: Estar, 2001. Disponível em: http://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/11061. Acesso em: 12 maio 2022.

ORDEM de Cristo. In: INFOPEDIA. Porto: Porto Editora, 2003-2022. Disponível em: https://www.infopedia.pt/. Acesso em: 12 maio 2022.

HISTÓRIA da Ordem Militar de Cristo. In: ORDENS honoríficas portuguesas. Lisboa: Presidência da República Portuguesa, 2011. Disponível em: https://www.ordens.presidencia.pt/?idc=120#:~:text=A%20Ordem%20Militar%20de%20Cristo,1311%20pelo%20Papa%20Clemente%20V. Acesso em: 12 maio 2022