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Série Documentos Biográficos | Pedido de naturalização de Amelio Francisco Nicolau Pralon

31 out 2021

Artigo arquivado em Série Documentos Biográficos

O “Projeto Documentos Biográficos: um retrato da vida cotidiana do Império (1808-1868)”, desenvolvido pela parceria entre a Fundação Biblioteca Nacional, o CONARQ e a UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, apresenta o processo de naturalização de francês Amelio Francisco Nicolau Pralon. O suplicante de origem francesa tinha 50 anos, informava estar no Brasil desde 1827 e residia em Campos dos Goytacazes desde 1838.

O requerente relatou estar em conformidade com a lei de 23 de outubro de 1832 e satisfazer a todas as exigências para obter sua carta de naturalização, sendo uma delas o seu casamento, em 1849, com a brasileira Theresa Carolina Pereira Baptista, com quem tinha filhos. Ademais, professava o catolicismo, religião oficial da época, o que também foi alegado como uma justificativa em prol da sua solicitação. Podemos refletir que essa religião é ativa no Brasil desde o período pré-colonial e exerceu influência nos aspectos políticos, sociais e culturais dos brasileiros. São expressivas, em alguns processos de naturalização, referências que evidenciam essa relação entre igreja e Estado. Pralon apelou ainda para o uso de testemunha a seu favor. O documento é datado de 1850, na então província do Rio de Janeiro. Nesse período, em que o governante era o Imperador Pedro II, eventos como a proibição do tráfico negreiro e a lei de terras - voltada para os interesses do governo e dos latifundiários, que concentram as terras para si - eventos incrementaram uma busca por mão de obra barata e dependente. Para visualizar o documento, acesse o link da BN Digital.

Visando a resgatar e divulgar a memória do Brasil Império, a série Documentos Biográficos irá apresentar processos de naturalização de estrangeiros integrantes da Coleção Documentos Biográficos da Seção de Manuscritos. A série de textos conta com a colaboração de graduandos em História da UERJ, supervisionados por servidores historiadores. Para saber mais sobre esse e outros documentos, é possível acessar o Guia de Coleções, através do link.

Referências:

GADELHA, Regina Maria d'Aquino Fonseca. A lei de terras (1850) e a abolição da escravidão: capitalismo e força de trabalho no Brasil do século XIX. Revista de História, 1989 v0i120p153-162.

AZEVEDO, Thales. O catolicismo no Brasil: um campo para a pesquisa social. Salvador Edufba, 2002.