D. Antônio, o Prior do Crato

D. Antônio, o Prior do Crato

D. Antônio, o Prior do Crato (1531-1595)

Rei de Portugal de junho de 1580 até à derrota de Alcântara, a 25 de agosto seguinte. Filho do infante D. Luís e de Violante Gomes, uma mulher plebéia. Sua educação processou-se em sucessivos mosteiros e colégios religiosos. Já prior do Crato e com as ordens de diácono, recusou a ordenação de presbítero e assumiu postura secular, o que motivou grande desavença com seu tio, o cardeal D. Henrique. Após a subida ao trono de D. Sebastião, e gozando da sua estima, passou a desempenhar o cargo de governador de Tânger. Nessa época dispensou do papel das ordens de diácono.

Feito prisioneiro na batalha de Alcácer-Quibir, é resgatado e regressa a Lisboa para chefiar um dos partidos nacionais que se opunham à candidatura de Filipe II ao trono português. O prior do Crato baseava a sua própria candidatura ao trono à situação de filho legitimado do infante D. Luís – segundo filho de D. Manuel – uma vez que não havia descendentes diretos de D. João III. Era necessário, todavia, provar o matrimônio secreto de seus pais. Para tal, organizou-se um processo em que D. Antônio obtém uma sentença favorável. A decisão é contestada pelo cardeal-rei D. Henrique, culminando em uma nova sentença, essa desfavorável.

Após a morte de D. Henrique, as tropas filipinas invadem em Portugal para exigir os direitos hereditários de Filipe II. Os partidários do prior do Crato aclamam-no rei em Santarém; Lisboa e Setúbal recebem-no vibrantemente e, em breve, quase todos os burgos do reino alinham a seu lado. Não dispondo, porém, de exército organizado ou de recursos, é derrotado na batalha de Alcântara pelo exército espanhol. D. Antônio consegue fugir com dificuldade para o estrangeiro onde, nas cortes de França a de Inglaterra, procura obter auxílio para lutar contra Filipe II.

Contando com apoio francês, três esquadras são enviadas à Ilha Terceira, sendo entretanto derrotadas pelos castelhanos. Vivendo miseravelmente na França, resolve pedir auxílio à corte de Isabel I. Como represália ao ataque da Invencível Armada, os ingleses resolvem enviar à Portugal uma esquadra. D. Antônio desembarca em Peniche mas sofre nova derrota. Regressa a França e, após conseguir novo auxílio de Henrique IV, morre em Paris de uma crise de uremia, sem realizar o projeto por que tanto lutou.

Fonte: http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/antonio.html

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