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Mário Pedrosa

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Sobre Mário Pedrosa

Poucas pessoas tiveram, na vida brasileira do século XX, uma trajetória tão densa, inusitada e ímpar como a de Mário Pedrosa. Densa pela seriedade de cada um de seus atos. Inusitada pelo rigor com que traçou seus passos. E ímpar pela elevada qualidade de tudo que fez. Do final da década de 20 aos últimos anos da década de 70, Mário Pedrosa foi personagem e testemunha de todas as grandes mudanças que a vida brasileira, principalmente a vida cultural, enfrentou. Para ele, havia duas vertentes que estabeleciam a mais elevada das expressões humanas: a arte e a política. A elas dedicou-se com intensidade única, e com um rigor poucas vezes encontrado na nossa história.

Irrequieto e profundo em cada uma de suas atuações, contribuiu de maneira fundamental, como crítico de arte, para a evolução das artes não apenas no Brasil, mas em todo o universo cultural de que participou. Exilado após o golpe de 1964, criou no Chile o Museu da Solidariedade, reunindo graças ao seu prestígio pessoal e às suas amizades do mais alto calibre obras de Miró e Calder, de Picasso e dos maiores criadores da América Latina.

Esta mesma inquietação, esta mesma profundidade, quando dedicadas à política, fizeram de Pedrosa um dos expoentes do pensamento de esquerda no Brasil, e o levaram a pagar o alto preço cobrado pelo sistema que ele jamais deixou de questionar: passou por diversas prisões até chegar ao exílio.

Nesse perambular, muitos de seus papéis e livros ficaram pelo caminho. O acervo que se conservou, em todo caso, é exemplar, e abriga documentos, livros e papéis esparsos que permitem reconstituir o universo intelectual dessa personagem capital da vida brasileira.

Este é o acervo que está sendo entregue à Biblioteca Nacional. Devidamente classificado, catalogado, indexado e preservado, esse material contribuirá, de maneira decisiva, para que se trace o panorama da vida cultural e política do Brasil durante os mais atribulados e fecundos anos do século XX. Muito mais do que a memória e o arquivo pessoal de um intelectual de brilho permanente, trata-se de um acervo que reúne o que de melhor existirá na nossa memória coletiva. Um exemplo de inquietação, de profundidade, de indignada dedicação às causas maiores do país e de sua gente: assim foi Mário Pedrosa. É do acervo pessoal de semelhante estatura que se trata.

Ao apoiar o trabalho de preservação do Acervo Mário Pedrosa, e entregar à Biblioteca Nacional, a Petrobras cumpre parte de sua missão fundamental: contribuir para o desenvolvimento do Brasil, preservando e salvaguardando o que houve de melhor em nossa história.

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