BNDigital

O Pasquim

< Voltar para Dossiês

ADÃO

HISTÓRIA TRÊS

CENSURA: DONA MARINA


POR ADÃO ITURRUSGARAI

Com poucos meses de vida, O Pasquim publicou uma entrevista com a atriz Leila Diniz que virou um escândalo nacional. Parte da sociedade brasileira era muito conservadora e chocou-se com a maneira franca e natural com que ela falava sobre sexo e liberdade de costumes. O governo dos militares também reagiu e, por conta disso, instituiu a censura prévia sobre todos os veículos de comunicação. Tudo o que um jornal ou revista publicasse, tudo que uma emissora de rádio ou TV levasse ao ar, tinha que ser mostrado antes para os censores, que aprovavam ou proibiam cada vírgula.

N’O Pasquim, inicialmente, havia uma censora que trabalhava dentro da redação. Imagine: aquela zorra que era O Pasquim, com as coisas mais loucas acontecendo, criatividades mirabolantes a mil e, no meio de tudo, uma mesa com uma senhora séria, careta, circunspecta e cuja função era justamente podar tudo aquilo que estava acontecendo à sua volta.

Até que... bem, aí vocês vão ler o que aconteceu nesta história em quadrinhos.









Seu primeiro desenho foi publicado em Cachoeira do Sul (RS), sua cidade natal, aos 17 anos. Com 18 anos, mudou-se para Porto Alegre e entrou para o mundo dos quadrinhos alternativos. Em 1991, lançou a revista Dundum, reunindo artistas do nascente movimento de HQ gaúcho.

Passou um período na França, publicando quadrinhos em revistas francesas. Voltou para o Brasil e começou a colaborar para a Folha, lançando a tira “Big Bang Bang” que, depois, se transformou em revista. Foi incorporado como o quarto amigo do grupo de HQ Los 3 Amigos (Angeli, Laerte e Glauco), tendo publicado nas revistas Chiclete com Banana e Casseta & Planeta. Teve uma seção fixa na revista Bundas (do pessoal de O Pasquim). Foi roteirista de humor na Globo. Sua tira “Aline” foi publicada em Portugal e em alguns jornais brasileiros.

Tem mais de uma dezena de livros publicados com seus desenhos traduzidos para o inglês, espanhol, francês, italiano e alemão. Seus personagens Rocky & Hudson, os caubóis gays, viraram um longa-metragem de animação e, agora, serão uma série no Canal Brasil. Hoje, Adão vive na Argentina e publica na Folha, no Le Monde Diplomatique e na revista argentina Fierro.

Parceiros