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< Voltar para DossiêsA Novidade: folha critica, litteraria e recreativa
por Maria Ione Caser da Costa
A Novidade: folha critica, litteraria e recreativa, lançada em janeiro de 1883 na Corte do Rio de Janeiro, tinha periodicidade mensal. Bernardo Coelho de Faria e João de Pino Machado foram os proprietários e responsáveis pela redação.
Foi impressa pela Typographia da rua Sete de Setembro, número 143, local para onde também deveria ser endereçada a correspondência ou comparecer os interessados em efetivar as assinaturas. A partir do número 9 houve mudança de tipografia, e, consequentemente, local de correspondência, passando a ser impresso pela Typographia Camões, situada no número 13 da rua do Hospicio.
A Biblioteca Nacional possui os 11 primeiros exemplares, todos digitalizados, que podem ser consultados pela Hemeroteca Digital. O último número da coleção, ainda com trabalhos em continuação, foi publicado em julho de 1883, apresenta alguns danos em suas páginas, impossibilitando a leitura de determinados textos. Todos os exemplares com quatro páginas, foram diagramadas em duas colunas divididas por um fio simples.
Os três primeiros exemplares de A Novidade tiveram periodicidade mensal. A partir do número 4, em abril de 1883, passa a ser quinzenal, e B. C. de Faria é nomeado como administrador da publicação, continuando como proprietário e redator, acompanhado de João de Pino Machado, João Zacharias G. do Amaral e Bellarmino Franklin Baptista (1866-).
Publicação dedicada ao entretenimento e informação, principalmente para as pessoas do “bello-sexo”. Com o título Primeiro passo temos o editorial.
A Biblioteca Nacional possui os 11 primeiros exemplares publicados. O último, o décimo primeiro foi publicado em julho de 1883. Todos com quatro páginas cada e diagramados em duas colunas divididas por um fio simples.
A assinatura mensal valia 200rs, a trimestral saia por 600rs e a anual era vendida ao preço de 2$000.
Publicada num período da história marcado pela dura realidade da escravidão, alguns periódicos circularam publicando textos pelo fim da escravatura. A Novidade também participou com algumas informações. Em suas páginas está um texto que marca a presença da mulher na causa abolicionista, quando foi instalado o “Club das Senhoras Abolicionistas”[*]. Eis um excerto do texto:
Virgem loira
Dai-me por Deus, virgem loira
Um sorriso todo em flôr
Um sorriso que traduza
Que traduza, santo amor.
Virgem bella de minh’alma
Não me mates com teus olhos
Não me embriagues com elles
Virgem loira de meus sonhos.
Virgem loira de meus sonhos
Terno enlevo de minh’alma
Porque me matas assim,
Com essa tua meiga calma.
Virgem loira de meus sonhos
De meus sonhos de fulgor
Deixa amar-te murmurando
- M’á Lali meu doce amor.
[*] Leia a íntegra em: http://memoria.bn.br/DocReader/165921/37
Foi impressa pela Typographia da rua Sete de Setembro, número 143, local para onde também deveria ser endereçada a correspondência ou comparecer os interessados em efetivar as assinaturas. A partir do número 9 houve mudança de tipografia, e, consequentemente, local de correspondência, passando a ser impresso pela Typographia Camões, situada no número 13 da rua do Hospicio.
A Biblioteca Nacional possui os 11 primeiros exemplares, todos digitalizados, que podem ser consultados pela Hemeroteca Digital. O último número da coleção, ainda com trabalhos em continuação, foi publicado em julho de 1883, apresenta alguns danos em suas páginas, impossibilitando a leitura de determinados textos. Todos os exemplares com quatro páginas, foram diagramadas em duas colunas divididas por um fio simples.
Os três primeiros exemplares de A Novidade tiveram periodicidade mensal. A partir do número 4, em abril de 1883, passa a ser quinzenal, e B. C. de Faria é nomeado como administrador da publicação, continuando como proprietário e redator, acompanhado de João de Pino Machado, João Zacharias G. do Amaral e Bellarmino Franklin Baptista (1866-).
Publicação dedicada ao entretenimento e informação, principalmente para as pessoas do “bello-sexo”. Com o título Primeiro passo temos o editorial.
Tudo que chega a velho já foi novo.
A Novidade d’esta folha está n’ella ser nova, e dedicada ás moças novas.
Nosso desejo é que este pedacinho de papel de tão lindas côres...... côres que symbolisão os nossos mais ternos pensamentos, e, que representão as nossas illusões, as mais fagueiras seja o amigo constante, a teteiasinha das lindas moças fluminenses.
Conseguiremos o nosso fim?
Talvez estejamos illudidos, porem, o conceito que temos formado sobre o caracter d’essas lindas flores que representão o sexo-bello da nossa sociedade, faz-nos crer que sua collaboração, e seu apoio a esta Novidade não nos será negado.
Contando pois com o bom acolhimento que nos dispensarão, veremos realizadas as nossas aspirações.
A Biblioteca Nacional possui os 11 primeiros exemplares publicados. O último, o décimo primeiro foi publicado em julho de 1883. Todos com quatro páginas cada e diagramados em duas colunas divididas por um fio simples.
A assinatura mensal valia 200rs, a trimestral saia por 600rs e a anual era vendida ao preço de 2$000.
Publicada num período da história marcado pela dura realidade da escravidão, alguns periódicos circularam publicando textos pelo fim da escravatura. A Novidade também participou com algumas informações. Em suas páginas está um texto que marca a presença da mulher na causa abolicionista, quando foi instalado o “Club das Senhoras Abolicionistas”[*]. Eis um excerto do texto:
“A emancipação da mulher é um facto.
Na evolução do seculo a mulher demonstra por si só de quanto é capaz.
Não ha empreza, a mais arriscada, em que ella não tenha-se esforçado por demonstrar que é tão capaz de leval-a á cabo, como o homem. […]
As grandes idéas sempre têm bom acolhimento no coração da mulher. [...]
No Brasil debate-se presentemente uma alta questão que tem pendente de si o seu glorioso futuro. A escravatura, esse reconhecido cancro que destròe e corrompe nossa sociedade; muro de pedra que detèm a marcha do progresso de nosso paiz e cuja solução é desprezada ou temida por nossos governos que nada fazem em seu favor. [...]
A abolição, a unica solução almejada pelo povo em pról dos escravos, entra hoje em uma nova phase: A mulher brasileira entendeu que devia prestar o seu vaiolo apoio aos pobres escravos. [...]
Já deu o primeiro passo, instalando no dia 24 do mez próximo passado o CLUB DAS SENHORAS ABOLICIONISTAS ao qual inscreveram-se um numero considerável de senhoras da nossa melhor sociedade.
Nas páginas de A Novidade além das notícias sobre acontecimentos rotineiros, podem ser encontrados também vários poemas, charadas e contos. Alguns colaboradores de A Novidade são Campos Porto, B. F. Baptista, João Paes Leme da Costa, Luiz Soares da Nobrega, Americo Guimarães, Carlos de Miranda Ribeiro, Jozephina M. de Sá, Paulo Cornelio dos Santos, Mello Reis Junior. A seguir o poema de J. Paes Leme da Costa, “Virgem loira”.
Virgem loira
Dai-me por Deus, virgem loira
Um sorriso todo em flôr
Um sorriso que traduza
Que traduza, santo amor.
Virgem bella de minh’alma
Não me mates com teus olhos
Não me embriagues com elles
Virgem loira de meus sonhos.
Virgem loira de meus sonhos
Terno enlevo de minh’alma
Porque me matas assim,
Com essa tua meiga calma.
Virgem loira de meus sonhos
De meus sonhos de fulgor
Deixa amar-te murmurando
- M’á Lali meu doce amor.
[*] Leia a íntegra em: http://memoria.bn.br/DocReader/165921/37