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A Violeta: orgam litterario dedicado ao bello sexo

por Maria Ione Caser da Costa
A Violeta: orgam litterario dedicado ao bello sexo foi uma revista que transitou no final do século XIX, se apresentando como imprensa feminina, possivelmente reivindicando seu espaço.

Os responsáveis pela publicação foram Antonio Soares, A. Silvares, Carlos Moraes F., e Gaudencio Cardoso, atuando respectivamente como redator chefe, secretário, gerente e diretor.

O único exemplar preservado no acervo da Biblioteca Nacional, que pode ser consultado na Hemeroteca Digital é o número 2, publicado no dia 15 de setembro de 1900. Publicação quinzenal, seu exemplar de lançamento teria saído no dia 1 de setembro daquele ano.

A Violeta foi impressa no Rio de Janeiro. Sua redação estava situada na rua do Hospício, nº 178. O exemplar não apresenta nome da tipografia.

O valor de venda do número avulso de A Violeta era de 100 réis, enquanto que os interessados em adquirir números atrasados pagariam 200 réis cada exemplar. Os valores cobrados nas assinaturas divergiam para a capital e para os estados. Na capital os valores eram respectivamente de 2$000 e 4$000 nas assinaturas semestrais e anuais, enquanto que para os estados era cobrado 3$000 para a semestral e 5$000 para a anual. Qualquer pedido de assinatura deveria ter seu pagamento adiantado.

Na falta do primeiro exemplar não é possível informar o programa traçado pelos editores. Observa-se que algumas notas publicadas no número dois indicam que A Violeta recebeu aplausos do público.

Com quatro páginas, publicou crônicas e poesias. Suas páginas foram diagramadas em quatro colunas separadas por um fio simples. Não apresentou ilustração.

Colaboraram no exemplar de A Violeta Basilio Seixas, D. Astréa, Annibal Ferreira, Anthenor Thibau, e alguns colaboradores que assinaram apenas com as iniciais. A seguir reproduzimos o poema de Anthenor Thibau intitulado “Prece”.

 

Prece

No dourado dos cabellos,

Na languidez d’essa bocca,

Deviso uma fébre louca

De amor, em doces anhelos!

 

Tal como o idolo adora,

Com divina uncção, um crente,

Meu coração reverente,

A f’licidade, te implora!

 

E’s a deusa dos meus sonhos

Tens no meu peito um altar;

Podes fazer-me risonhos

 

Os dias d’esta existencia,

De que és a divina essência?

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Como eu saberei te amar!

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