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A Violeta: periodico litterario e noticioso

por Maria Ione Caser da Costa
A Violeta: periodico litterario e noticioso surgiu em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina no dia 5 de novembro de 1899. Seus redatores foram Cicero Caminha, Cicero Claudio e Flavio Dutra.

O periódico foi impresso na Typographia de Martinho Callado, situada na rua João Pinto, n. 18. O número avulso foi vendido por 100 réis e para comprar números atrasados o valor duplicava. A assinatura mensal valia 500 réis e o pagamento deveria ser adiantado. Aos assinantes era permitido publicar nas páginas da publicação, excetuando-se anúncios.

Num pequeno e objetivo editorial os redatores apresentaram aos seus leitores a nova publicação.
Mais uma gotta litteraria mergulha-se no enorme oceano das lettras; mais uma pequena e humilde estrella, sem ter o explendido brilho das outras, apparece no sublime céo da gigantesca obra de Guttemberg – a Imprensa.

Sem se lembrar da sorte que têm tido tantos outros, A VIOLETA fará todo possivel, reunirá em torno da sua vontade as suas debeis forças, tendo fé no sol do futuro e contando com a protecção dos que apreciam as flôres, mesmo as mais modestas.

O nosso periodico não trilhará nenhum caminho politico nem dará guarida a lutas estereis: ha de manter-se sempre em attitude respeitosa aos bons principios, trabalhando ao lado dos que aspiram aperfeiçoar-se quer moral quer intellectualmente.

Ahi está o nosso programma, que nos esforçaremos por cumprir.

Publicação efêmera, teve somente quatro números editados, tendo o último publicado em 26 de novembro de 1899.   Os exemplares podem ser consultados na Hemeroteca Digital, sendo que os originais não fazem parte do acervo da Biblioteca Nacional, pertencem à Biblioteca Pública de Santa Catarina. Um convênio entre as instituições permite aos usuários da BN acessarem a publicação.

A Violeta foi diagramada em duas colunas separadas por um fio simples. Não apresentou ilustração. Cada exemplar foi composto com quatro páginas.

Em suas páginas estão publicados poemas, crônicas, charadas e notícias diversas. Contém também anúncios classificados, como por exemplo: venda de um par de dicionários português-francês, francês-português, alguns senhores “officiaes de alfaiate” oferecendo seus serviços, ou ainda, uma pessoa interessada em comprar uma ocarina (um instrumento de sopro da família das flautas, considerado um dos mais antigos do mundo).

Além dos redatores, também colaboraram em A Violeta, Carvalho Aranha, Flavio Dutra, C. B., Acidalia, Libanio Moreira e Pery. A seguir a colaboração de Bernardo Taveira Junior, o poema “Luctar”.

 

Luctar

Quando sentires a fronte

A duros golpes vergar,

Quando já sem horisonte

A escuridão te cercar;

Ainda assim, miserando,

Nunca deixes de luctar,

Que é melhor morrer luctando

Qus pusilanime expirar!

 

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