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Andorinha

por Maria Ione Caser da Costa

Publicada em Campinas, estado de São Paulo, na segunda quinzena de junho de 1929, Andorinha teve como diretor Oscar Bratfisch e redatores Octavio Rocha e Pedroso Junior. Não há nenhuma referência específica a editor ou tipógrafo. A Biblioteca Nacional conserva um único exemplar desta revista, com a designação numérica ano 1, número 1. Não foram encontradas evidências de terem sido lançados números, além deste. A publicação pretendia ser de circulação quinzenal.


Com redação e oficinas localizadas a rua Dr. Campos Salles, 86, para onde também deveriam ser endereçadas as correspondências, era vendida nas ruas, “com os pequenos vendedores de jornaes” ao preço de 1$000. Podia se encontrada também na redação da revista, “na livraria da Estação e Charutaria Havaneza”. O valor da assinatura semestral era de 10$000.


Revista ilustrada e voltada para o público feminino expõe em seu primeiro editorial,  nomeado “Chronica”, as dúvidas quanto à longevidade da revista e o compromisso com o entretenimento de suas leitoras:


Toda engalanada, toda florida, toda festiva, toda cheia de esperanças surge hoje ‘Andorinha’! Será feliz essa revista? Terá vida longa, ou ephemera como outras tantas? De vós depende, gentis leitoras, a vida da novel ‘Andorinha’. Sim, de vós, lindas brasileirinhas, que trazeis nos olhos um pedaço do nosso céu ou a cor da noite trevosa. De vós que sois a encarnação do bello, do sonho, das bellezas immaecessivies da nossa terra. Não só de pão vivemos, mas necessitamos também do cibo para o espírito.E a ‘Andorinha’ vos promete boas collaborações, bellas paginas, cheias de espírito, cheias de sol, paginas onde encontrareis, lindas e gentis leitoras, uns momentos de alegria, de san communicativa alegria. A linda cidade de Campinas, a incomparável cidade das Andorinhas, a paulicéa em miniatura, a terra famosa das moças bonitas, não póde absolutamente deixar de ter a sua revista, de seguir as pégadas de outras terras onde se cultua a arte com amor e carinho.


Com 42 páginas não numeradas, em seu conteúdo são encontradas várias fotografias do cotidiano campinense ilustrando as matérias, bem como desenhos e caricaturas.  A capa apresenta o desenho de um menino jornaleiro, apregoando e segurando nas mãos um exemplar da Andorinha, sendo observado por um distinto senhor bem trajado. No conjunto, os elementos visuais encontrados no interior da revista deram um estilo próprio em relação à apresentação gráfica entre textos e imagens. Como características gráficas, o uso de vários tipos de vinhetas ilustrativas que funcionam como molduras das matérias publicadas, dos contos e dos poemas.


Andorinha recebeu a colaboração de Julio Mariano, – considerado um dos memoralistas de Campinas, – como cronista de arte. Em seu conteúdo encontramos poemas de Fagundes Varela (1841-1875), Olegário Mariano (1889-1958), Alvarito Miller, Bastos Tigre (1882-1957), Marinella Peixoto, e José Navarro. Entre seus colaboradores destacamos: Ruy de Estivez, Santos Omada, Coelho Netto (1864-1934), Gumercindo de Campos, Álvaro Fonseca Santos, Jota Emme e Noel Villaça.


Andorinha. Ano 1, Número 1

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