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Echo litterario: órgão da mocidade escolastica

por Maria Ione Caser da Costa
Echo litterario: órgão da mocidade escolastica, periódico da segunda metade da década de 1870, foi publicado no Rio de Janeiro e impresso pela Typographia de Domingos Luiz dos Santos. A Biblioteca Nacional não possui preservado em seu acervo o número inicial, apenas o segundo exemplar, que saiu a 20 de abril de 1877.

Tinha como redator o jovem Silva Jardim, muito possivelmente, o advogado e jornalista Antonio da Silva Jardim (1860-1891).

A publicação não primava pelo requinte gráfico, conservando uma aparência sóbria. Com quatro páginas, seus artigos foram diagramados em três colunas separadas por um fio simples. Não apresentou ornamentos ou imagens.

De acordo com informações encontradas na última página, na seção “Aviso”, a periodicidade inicial de Echo litterario seria três exemplares ao mês, nos dias 10, 20 e 30 de cada mês, com a intenção de se tornar semanal. Não foram encontrados outros exemplares nas bibliotecas pesquisadas.

Informava também que “Echo litterario é o periodico da classe escholastica. Assigna-se á rua de S. José n. 44”. Na corte e em Niterói as assinaturas valiam 5$000, 3$000 e 1$500 para a anual, semestral e trimestral respectivamente. E para as províncias o valor cobrado era de 6$000 na anual, 3$500 na semestral e 2$000 na assinatura trimestral.

Em Echo litterario é possível ler um folhetim, textos de variedades, noticiários e programa para os exames preparatórios. Nota-se uma preocupação com a educação e a ciência.

O texto inicial, sem indicação de autoria, enaltece o jornalista Quintino Bocaiuva (1836-1912). Ainda na primeira página, na sessão Folhetim, está o conto “Uma rosa”, assinado por Lejardin.

A segunda página apresenta um texto assinado por Silva Jardim com o título “Tiradentes ou A Conspiração malograda em Minas”. Este artigo continua no número seguinte, que, como posto anteriormente, não consta no acervo. Segue com a seção “Noticiario” e informações sobre os “exames preparatórios”. Na seção “Poesia”, está o poema “Eu e ella”, de Lessa Junior.

 

Eu e ella

Eu sou a noute sem estrellas, núa

amedrontando o caminhar do nauta,

Ella é aurora de manhã serena,

é som cadente de mimosa frauta.

 

Eu sou o vento que bravio ruge

ameaçando tempestade dura.

Ella é o íris d’esperança e crença

assignalando nossa paz futura.

 

Eu sou escravo que prossegue errante

a esmolar pelo mundo – alem!

Ella é a virgem da liberdade sancta

que a meu destino libertar-me vêm.

 

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