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O Cysne

por Maria Ione Caser da Costa

A revista foi publicada pela primeira vez em 15 de maio de 1864. Seus redatores principais foram A. J. Fernandes de Oliveira e Januario dos Santos Sabino (1836?-1900). Este último, gaúcho, atuou como professor público na primeira escola primária de meninos da freguesia de Paquetá. No editorial de apresentação, nomeado “Programma”, está explicado o motivo do lançamento de mais um periódico voltado para a arte das letras, quando tantos passaram “como um meteoro”:


“No pequeno jornal, cuja publicação hoje emprehendemos, promettemos tratar, alem da litteratura que é seu fim principal, todas as questões que com ella se ligarem. Aceitaremos com reconhecimento qualquer artigo, que trate das mesmas questões, com que nos queiram obsequias não só os nosso assignantes mas ainda aquelles que, sem o serem, professarem como nós o culto das letras.”


A Biblioteca Nacional guarda o primeiro exemplar, de maio, designado ano 1, n.1 e  o de número 2, publicado a 1º de junho do mesmo ano. As crônicas, poemas e notícias voltadas para o “progresso da nossa literatura” eram apresentadas em seções denominadas: Variedade, Poesias. Numa delas, Chronica quinzenal, eram publicadas notícias culturais que aconteciam na corte. No primeiro editorial são lembrados também Álvares de Azevedo (1831-1852), M.A. de Almeida e Casimiro de Abreu (1839-1860) que foram tomados pela “fatalidade que pesa sobre o destino das lettras patrias”.


A assinatura de O Cysne tinha o preço de 6$000, por semestre, e 3$000, por trimestre. Seus exemplares foram impressos na Typographia Quirino & Irmão situada à rua da Assembléa nº 54, no Rio de Janeiro. Seus colaboradores foram: C. da Silva, Cunha Bastos, A. E. Zaluar (1826-1882), Ernesto da S. Lima e A. L. do Bomsucesso. Na revista aparecem também alguns poemas e textos assinados apenas com os pseudônimos de S. S. (que dedica um poema de saudade a Álvares de Azevedo), F. O. e Ariojanu. Este último, o responsável pelos editoriais, é, provavelmente, uma junção dos nomes dos redatores.


De A.E. Zaluar destacamos o poema “É Tarde”, no qual o poeta demonstra sua recusa na espera de um amor que o cobriu de infelicidades e infortúnios.

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