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< Voltar para DossiêsO Empata: semanario illustrado, pilherico, epigrammatico e humoristico dedicado á todas as filhas de Eva
por Maria Ione Caser da Costa
O Empata foi lançado no Rio de Janeiro, então capital federal, no dia 20 de janeiro de 1906. Um longo e informativo subtítulo, acompanhou o título: semanario illustrado, pilherico, epigrammatico e humoristico dedicado á todas as filhas de Eva. Logo abaixo do título, grafado em caixa alta, uma epígrafe, que pode ser considerada o ideal de seus editores: “fazer graça ainda que o mundo pereça...”.
O semanário teve J. Arthur como diretor artístico e o redator foi A. Barbosa. Considerada revista “galante”, seus textos circulavam entre o sexo e a pornografia, sempre permeado com muito humor.
Ilustrando o cabeçalho e decorando as letras do título, estão desenhos de damas e cavalheiros adornados com chapéus e roupas de gala, que sugerem estarem em encontros furtivos ou entre galanteios e paqueras.
O exemplar contem 12 páginas ilustradas e, em seu formato original mede 33cm x 23cm. O expediente, que aparece na última página, apresenta algumas informações sobre a publicação: sairá aos sábados “lampeiro e risonho”; os editores aceitam colaboração, “desde que contenha os bons temperos do humorismo”; e finalizam com a seguinte nota: "O Empata não tem redacção: e feito nas mesas do Colombo, Cassino dos gueridons de alcovas de amor e sobre o joelho, no bond. Porem toda a correspondencia póde ser enviada á rua do Hospicio n.170, onde por especial favor, recebem".
O jornal de grande circulação Correio da manhã, publicou, no dia 13 de janeiro de 1906, na parte dos classificados, em destaque, propaganda do lançamento de O Empata, com as seguintes palavras:
“O Empata” Leia hoje leiam. O 1º numero deste esplendido semanário, illustrado por tres artistas de merito e escripto pelos principaes humoristas da época.
Confeccionado em formato do O Malho, é um repositorio de finas pilherias, gravuras desopilantes e revelações de grande interesse.
Na CAPA, colorida, a TRES CORES, virá estampada a caricatura de imortal cocotte, celebrisada em todo o Brasil.
- O Empata publicará uma CHOROSA POLKA do Quincas Laranjeiras, o retrato deste rei do violão.
- O Empata desvendará os mysterios das casas de rendez-vous, cocottes e dos clubs e charangas.
- O Empata vem repleto de contos illustrados de grande espirito.
- O Empata será o registrador de todos os episódios da bohemia carioca.
- O Empata por ser impresso a cores e em papel assetinado, custará 200 réis e não 100 réis, com o seu supplemento-reclame que saiu na quinta-feira.[*]
O único exemplar de O Empata que se encontra preservado na Biblioteca Nacional encontra-se na Seção de Obras Raras. Foi microfilmado na década de 1980 e a digitalização que pode ser acessada na Hemeroteca Digital foi feita a partir dos negativos do periódico, portanto, não é possível identificar as cores e as fotos com precisão.
Contem em suas páginas algumas poesias e contos. Os colaboradores utilizaram os seguintes pseudônimos: Alonso Excelso, B. Acre, Caliban, Enn Enne, Jean Florac, João do Rilho e Pataco Semifusa. A seguir o poema “A voz do pinho”, que não apresentou autoria.
A Voz do pinho...
Chora, lá fóra, na deserta rua
Um violão ao doce clarão da lua...
E, pela noute escuta-se a cantada
De alguem que assim passeia em serenata.
As duas despertando, então, do leito
Ouvir procuram com melhor effeito.
E uma á outra a suspirar:
- Melhor seria o trovador entrar...
E pulando do leito, com cautela,
A mais moça espreita a janela...
[*] http://memoria.bn.br/DocReader/089842_01/9727
O semanário teve J. Arthur como diretor artístico e o redator foi A. Barbosa. Considerada revista “galante”, seus textos circulavam entre o sexo e a pornografia, sempre permeado com muito humor.
Ilustrando o cabeçalho e decorando as letras do título, estão desenhos de damas e cavalheiros adornados com chapéus e roupas de gala, que sugerem estarem em encontros furtivos ou entre galanteios e paqueras.
O exemplar contem 12 páginas ilustradas e, em seu formato original mede 33cm x 23cm. O expediente, que aparece na última página, apresenta algumas informações sobre a publicação: sairá aos sábados “lampeiro e risonho”; os editores aceitam colaboração, “desde que contenha os bons temperos do humorismo”; e finalizam com a seguinte nota: "O Empata não tem redacção: e feito nas mesas do Colombo, Cassino dos gueridons de alcovas de amor e sobre o joelho, no bond. Porem toda a correspondencia póde ser enviada á rua do Hospicio n.170, onde por especial favor, recebem".
O jornal de grande circulação Correio da manhã, publicou, no dia 13 de janeiro de 1906, na parte dos classificados, em destaque, propaganda do lançamento de O Empata, com as seguintes palavras:
“O Empata” Leia hoje leiam. O 1º numero deste esplendido semanário, illustrado por tres artistas de merito e escripto pelos principaes humoristas da época.
Confeccionado em formato do O Malho, é um repositorio de finas pilherias, gravuras desopilantes e revelações de grande interesse.
Na CAPA, colorida, a TRES CORES, virá estampada a caricatura de imortal cocotte, celebrisada em todo o Brasil.
- O Empata publicará uma CHOROSA POLKA do Quincas Laranjeiras, o retrato deste rei do violão.
- O Empata desvendará os mysterios das casas de rendez-vous, cocottes e dos clubs e charangas.
- O Empata vem repleto de contos illustrados de grande espirito.
- O Empata será o registrador de todos os episódios da bohemia carioca.
- O Empata por ser impresso a cores e em papel assetinado, custará 200 réis e não 100 réis, com o seu supplemento-reclame que saiu na quinta-feira.[*]
O único exemplar de O Empata que se encontra preservado na Biblioteca Nacional encontra-se na Seção de Obras Raras. Foi microfilmado na década de 1980 e a digitalização que pode ser acessada na Hemeroteca Digital foi feita a partir dos negativos do periódico, portanto, não é possível identificar as cores e as fotos com precisão.
Contem em suas páginas algumas poesias e contos. Os colaboradores utilizaram os seguintes pseudônimos: Alonso Excelso, B. Acre, Caliban, Enn Enne, Jean Florac, João do Rilho e Pataco Semifusa. A seguir o poema “A voz do pinho”, que não apresentou autoria.
A Voz do pinho...
Chora, lá fóra, na deserta rua
Um violão ao doce clarão da lua...
E, pela noute escuta-se a cantada
De alguem que assim passeia em serenata.
As duas despertando, então, do leito
Ouvir procuram com melhor effeito.
E uma á outra a suspirar:
- Melhor seria o trovador entrar...
E pulando do leito, com cautela,
A mais moça espreita a janela...
[*] http://memoria.bn.br/DocReader/089842_01/9727