Periódicos & Literatura
< Voltar para DossiêsO Neophyto
por Maria Ione Caser da Costa
Em Recife, capital pernambucana, surge o periódico O Neophyto no dia 23 de abril de 1892. Logo abaixo do título imprime a locução latina Omnia pro patria, que significa Tudo pela Pátria.
Publicação bimensal, teve como redatores Feliciano de Athayde, Francisco Mello, Abas de Albuquerque e João Rocha. Foi impresso na oficina gráfica d' A Provincia, localizada na rua do Imperador ns. 49/51.
O editorial de apresentação dizia basicamente o seguinte:
Medindo 32cm x 22cm, foi diagramado em três colunas separadas por um fio simples. Com quatro páginas cada exemplar, não apresentou ilustração.
Além dos redatores, escreveu também na edição de estreia, Antonio Austregesillo (Antônio Austregésilo Rodrigues Lima, 1876-1960), que em 1914 tomaria posse como membro da Academia Brasileira de Letras. Seu artigo, “Movimento scientifico e litterario no Brasil”, conclama aos brasileiros a “enobrecer as letras pátrias”.
A seção "Noticiario" apresenta um protesto contra a demissão, pelo governo de Floriano Peixoto, do jurista José Joaquim Seabra, da cátedra de Ciências Sociais da Faculdade de Direito do Recife.
O Neophyto publicou quatro exemplares, sendo o último datado no dia 15 de julho daquele ano. A Biblioteca Nacional possui apenas o primeiro exemplar que pode ser consultado na Hemeroteca Digital. Os três restantes constam no acervo da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, e a consulta deve ser de forma presencial.
A última página, a seção "Sons da Lira", é dedicada a impressão de poesias, divulgando poesias de J. A., Olavo Bilac e dois poemas de Feliciano Athayde. Um dos poemas de Feliciano Athayde, apresentamos a seguir, é o soneto “Um beijo”.
Um beijo
Minha ventura, querida
Se encerra nas faces tuas
Dous jambos ou mesmo duas
Rosinhas que dão-te vida.
Morada eterna! guarida
Das belezas simples nuas
Ah! tu mesmo, tu estuas
Quando te vês reflectida.
Eu que te vejo agora
Tão bella, tão seductora
Te digo cheio de amor:
Oh! mata-me este desejo,
Pois se me desses um beijo
Me fôra a vida a melhor.
Publicação bimensal, teve como redatores Feliciano de Athayde, Francisco Mello, Abas de Albuquerque e João Rocha. Foi impresso na oficina gráfica d' A Provincia, localizada na rua do Imperador ns. 49/51.
O editorial de apresentação dizia basicamente o seguinte:
A nossa apparição no centro do jornalismo litterario de Pernambuco encontra a sua justificação no seio das grandes necessidades crescentes da liberdade do pensamento do homem que vive em sociedade e que estuda as crises extraordinarias da moral e da civilisação dos povos.
O vasio das bibliothecas e o deserto dos gremios litterários impozeram-nos o dever de reagir contra a indifferença estabelecida no seio das agitações do espirito pelos principios bons que na ordem natural dos acontecimentos humanos, determinam a marcha evolutiva do homem na sociedade, em que a força motriz das idéias prepondera sobre o convencionalismo humano. [...]
Não somos políticos: discutimos neutralmente as magnas questões dos altos acontecimentos que por si formam a grande sciencia sociológica.
Se não vencermos a lucta, a culpa não será nossa, pois estamos dispostos á ella, e não havendo trahição e desanimo, a victoria será nossa!
Medindo 32cm x 22cm, foi diagramado em três colunas separadas por um fio simples. Com quatro páginas cada exemplar, não apresentou ilustração.
Além dos redatores, escreveu também na edição de estreia, Antonio Austregesillo (Antônio Austregésilo Rodrigues Lima, 1876-1960), que em 1914 tomaria posse como membro da Academia Brasileira de Letras. Seu artigo, “Movimento scientifico e litterario no Brasil”, conclama aos brasileiros a “enobrecer as letras pátrias”.
A seção "Noticiario" apresenta um protesto contra a demissão, pelo governo de Floriano Peixoto, do jurista José Joaquim Seabra, da cátedra de Ciências Sociais da Faculdade de Direito do Recife.
O Neophyto publicou quatro exemplares, sendo o último datado no dia 15 de julho daquele ano. A Biblioteca Nacional possui apenas o primeiro exemplar que pode ser consultado na Hemeroteca Digital. Os três restantes constam no acervo da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, e a consulta deve ser de forma presencial.
A última página, a seção "Sons da Lira", é dedicada a impressão de poesias, divulgando poesias de J. A., Olavo Bilac e dois poemas de Feliciano Athayde. Um dos poemas de Feliciano Athayde, apresentamos a seguir, é o soneto “Um beijo”.
Um beijo
Minha ventura, querida
Se encerra nas faces tuas
Dous jambos ou mesmo duas
Rosinhas que dão-te vida.
Morada eterna! guarida
Das belezas simples nuas
Ah! tu mesmo, tu estuas
Quando te vês reflectida.
Eu que te vejo agora
Tão bella, tão seductora
Te digo cheio de amor:
Oh! mata-me este desejo,
Pois se me desses um beijo
Me fôra a vida a melhor.