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O Pandokeu

por Maria Ione Caser da Costa

Lançado na Corte, Gloriosa Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 25 de novembro de 1866, O Pandokeu, publicação semanal, recebeu em seu primeiro exemplar a designação numérica de ano 1, n. 33. Não foi um erro, mas a publicação vinha substituindo e continuando A Pacotilha, que foi até o número 32. A data é colocada na página seguinte à capa, junto ao editorial. Não há data de publicação indicada na capa. Era  propriedade Matheus de Oliveira Borges Filho, como pode ser confirmado em nota denominada “advertencia”, na página 7 do exemplar de número 40, publicado em 25 de novembro de 1866.


Montado com oito páginas, ricamente ilustrado, era impresso pela Typographia Fluminense do Domingos Luiz dos Santos, localizada na antiga Rua Nova d’Ouvidor, nº 20, atual Travessa Ouvidor e circulou até 10 de março de 1867, com o número 48, num total de 16 fascículos. Na coleção da Biblioteca Nacional faltam os exemplares 41 a 44.


A imprensa ilustrada estava em expansão, proporcionando um campo para os artistas. A litografia era a técnica utilizada pelos ilustradores. No editorial de lançamento, sem assinatura de autoria, são explicadas as razões do surgimento de O Pandokeu:


Como a phenix que renasce de suas proprias cinzas, o pensamento nasce de si e esflora e  esgalha e rebenta e produz como semente, que cahindo em uberrimo solo, alimentada de boa seiva, vive enchendo-se de flôres e folhas.


O pensamento de uma folha illustrada nasceu com a Pacotillha, e elle hoje entrando em melhoramentos, enroupa-se e chrisma-se. Pandokeu é seu nome.


A capa traz o valor das assinaturas: na Corte,  assinatura anual saia por 14$000, semestral, 7$000, e trimestral, 3$500. Seriam mantidos os mesmos valores nas províncias, sendo excluída a assinatura trimestral. O preço do número avulso era de 300rs.


Na primeira capa do periódico encontram-se duas ilustrações: na metade superior há o desenho do personagem Pandokeu, uma figura alada, que está descalçado e olha por uma luneta. Na outra cena, dois homens aparecem escrevendo em uma espécie de prancheta e uma ampulheta marca o tempo. Na parte inferior da mesma capa, há uma charge do mesmo personagem alado, o Pandokeu, que se encontrando com o Dr. Semana e com o Moleque, respectivamente um senhor branco com a cabeça maior que o corpo e cabelos compridos, e seu jovem escravo, magro e bem trajado, personagens criados para o periódico Semana illustrada, pede uma carta de recomendação para entrar no Bazar volante, outro semanário que circulava na época.


Nas capas dos exemplares seguintes, a mancha gráfica da metade superior se mantém inalterada, somente o quadro inferior se modifica a cada semana, apresentando um desenho que representava os relacionamentos de então. As ilustrações são de Candido Aragones de Faria. Seguindo o modelo utilizado na época, as mesmas eram dispostas em um formato que facilitava a tipografia: as imagens eram colocadas nas páginas 1, 4-5 e 8, e a parte textual era dividida pelas páginas 2-3 e 6-7.


A equipe de redação era formada por nomes civis e peseudônimos: C. Pontes, Werther, Omissirev Junius, Felix Ferreira, Castor,  L-ão J-or, Aix, Pollux, Souza Lobo, Rojam, Somathe, Marius, Candido José Ferreira Leal, Chivard e Omnibus.


Durante o tempo de circulação do periódico, algumas seções se mantiveram fixas, tais como: Novidades da semana e  Romancete.


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