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Napoleão e a carta para D. João

Em uma carta de 1803, escrita no Palácio de Saint-Cloud, sua residência predileta, já está implícita a pressão que o futuro Imperador dos franceses irá empregar sobre os Bragança. Lisboa começaria a entrar no jogo de sobrevivência entre as coações simultâneas da Inglaterra e da França que a levariam a mudança da Corte para o Brasil.

Nesse jogo, Dom João seria um dos primeiros estrangeiros a receber no ano seguinte a placa com a Grã-Cruz da Legião de Honra francesa, cuja autoria do desenho pertence a Jacques-Louis David, o célebre artista neoclássico professor de Debret.

Este artista é o autor da aquarela de propaganda revolucionária, O combate do Vengeur du Peuple. Uma pintura extremamente perturbadora para uma Corte que buscara em sua ex-colônia um alento das vicissitudes que ameaçavam as monarquias absolutistas na Europa, e que Debret teve a bravata de trazer para o Rio de Janeiro.
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Partida da família real de Portugal para o Brasil

Na Alegoria a vinda de Dom João, Príncipe Regente de Portugal, para o Brasil, assinada por Marques, uma Lisboa passada a ferro e fogo pelos franceses divide o pano de fundo com uma armada redentora que levará D. João e sua Corte para o Brasil. O Príncipe Regente surge ao centro iluminado por um raio de sol, enquanto Netuno lhe presta homenagem. Outra obra desse período, uma gravura italiana, elogia “a sábia determinação do Rei (sic) de Portugal”, que aparece vitorioso embarcando para o Brasil.

A permanência na Europa significaria para os Bragança revolução, guerra e fome como na cena comovente impressa da gravura de Gregório Francisco de Queirós (1768-1845). Ela mostra, com realismo, os desamparados pela invasão francesa de 1810 sendo alimentados pelos moradores de Lisboa.