Primeiro Ato - Alegorias/Cenário
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Foi para a grande festa da aclamação , em 6 de fevereiro de 1818, que foram projetadas, em pleno verão carioca, as primeiras atavias reais: a varanda erguida diante do Convento do Carmo na Praça XV era uma galeria revestida de veludo carmesim com dezoito arcadas, decorada com estátuas e pinturas alegóricas, e o seu balcão central – “uma saiência munida de dossel, cujo soalho era um pouco mais alto que o resto”, descreve o comerciante inglês John Luccock. Nessas arquiteturas efêmeras, coube a Debret um dos arcos do triunfo, situado em frente ao chafariz colonial do arquiteto Mestre Valentim, erguidos na antiga Rua Direita, atual Primeiro de Março; era a sofisticação européia feita de madeira pintada que procurava esconder a cantaria do Brasil barroco dos vice-reis.
Nessas decorações de “papier-maché”, feitas para não durar, surgiam imagens alegóricas de Minerva e Ceres, alusivas às ciência e à agricultura, com Dom João representado em baixo-relevos “agasalhando as Artes e o Comércio, que ao pé do trono vinham ofertar suas homenagens”, descreve o Padre Pereca em sua crônica do Reino. Seguiam-se as estátuas da Poesia e da História , os obeliscos egípcios, além de colunas dóricas para o templo de Minerva, tudo de tábua pintada, obra e arte de Debret e Grandjean de Montigny. Essas decorações eram contudo incapazes de esconder o cotidiano perverso da escravidão, os panos de boca do teatro não podiam cobrir os panos da costa dos escravizados.
Figura 8: Debret Desembarque da princesa Leopoldina no Rio de Janeiro
Debret. Débarquement de la princesse Léopoldine: à Rio de Janeiro. THIERRY FRÈRES. Débarquement de la princesse Léopoldine: à Rio de Janeiro. Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1 grav, litografia, col, 27,2 x 22,7cm em f. 52,6 x 34,6.
Figura 9: TAUNAY, Hippolyte. Desembarque de S. A. a Princeza Real do Reino Unido, Portugal Brazil e Algarves na cidade do Rio. [S.l.: s.n.], [1817?]. 1 grav, lito., pb, 32,3 x 52cm em f. 42,6 x 57,4.
Figura 10: Hippolyte Taunay Passagem de S. S. M. M. e A. A. R. R. por arco da rua Direita.
Hippolyte Taunay. Passagem de S. S. M. M. e A. A. R. R. por arco da rua Direita. TAUNAY, Tomas Marie Hippolyte. Passagem de S. S. M. M. e A. A. R. R. por debaixo do arco da rua Direita, em frente da rua de Ouvidor. [S.l.: s.n.]. 1 grav, lito., pb, 32,3 x 52,3cm em f. 41,8 x 59,3.
Figura 11: Th. Ender. Cadorno / álbum BN.
Figura 12: Debret Vista exterior da galeria da aclamação do rei D. João VI ( Rio de Janeiro)
Debret. Vue de l'extérieur de la galerie de l'acclamation: du Roi D. Jean VI (à Rio de Janeiro). THIERRY FRÈRES. Vue de l'extérieur de la galerie de l'acclamation : du Roi D. Jean VI (à Rio de Janeiro). Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1 grav, litografia, col, 32,5 x 23,6cm em f. 52,6 x 34,6.
Figura 13: Taunay Aclamação
H. Taunay. Acclamation. TAUNAY, Hippolyte. Memoravel acclamação do Senhor D. João VI Rey do Reyno unido Portugal, Brazil e Algarve. [S.l.: s.n.]. 1 grav, lito, pb, 31,8 x 50,8cm em f. 46,4 x 61cm.
Nessas decorações de “papier-maché”, feitas para não durar, surgiam imagens alegóricas de Minerva e Ceres, alusivas às ciência e à agricultura, com Dom João representado em baixo-relevos “agasalhando as Artes e o Comércio, que ao pé do trono vinham ofertar suas homenagens”, descreve o Padre Pereca em sua crônica do Reino. Seguiam-se as estátuas da Poesia e da História , os obeliscos egípcios, além de colunas dóricas para o templo de Minerva, tudo de tábua pintada, obra e arte de Debret e Grandjean de Montigny. Essas decorações eram contudo incapazes de esconder o cotidiano perverso da escravidão, os panos de boca do teatro não podiam cobrir os panos da costa dos escravizados.
Figura 8: Debret Desembarque da princesa Leopoldina no Rio de JaneiroDebret. Débarquement de la princesse Léopoldine: à Rio de Janeiro. THIERRY FRÈRES. Débarquement de la princesse Léopoldine: à Rio de Janeiro. Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1 grav, litografia, col, 27,2 x 22,7cm em f. 52,6 x 34,6.
Figura 9: TAUNAY, Hippolyte. Desembarque de S. A. a Princeza Real do Reino Unido, Portugal Brazil e Algarves na cidade do Rio. [S.l.: s.n.], [1817?]. 1 grav, lito., pb, 32,3 x 52cm em f. 42,6 x 57,4.Figura 10: Hippolyte Taunay Passagem de S. S. M. M. e A. A. R. R. por arco da rua Direita.Hippolyte Taunay. Passagem de S. S. M. M. e A. A. R. R. por arco da rua Direita. TAUNAY, Tomas Marie Hippolyte. Passagem de S. S. M. M. e A. A. R. R. por debaixo do arco da rua Direita, em frente da rua de Ouvidor. [S.l.: s.n.]. 1 grav, lito., pb, 32,3 x 52,3cm em f. 41,8 x 59,3.
Figura 11: Th. Ender. Cadorno / álbum BN.Figura 12: Debret Vista exterior da galeria da aclamação do rei D. João VI ( Rio de Janeiro)Debret. Vue de l'extérieur de la galerie de l'acclamation: du Roi D. Jean VI (à Rio de Janeiro). THIERRY FRÈRES. Vue de l'extérieur de la galerie de l'acclamation : du Roi D. Jean VI (à Rio de Janeiro). Paris [França]: Firmin Didot Frères, 1839. 1 grav, litografia, col, 32,5 x 23,6cm em f. 52,6 x 34,6.
Figura 13: Taunay AclamaçãoH. Taunay. Acclamation. TAUNAY, Hippolyte. Memoravel acclamação do Senhor D. João VI Rey do Reyno unido Portugal, Brazil e Algarve. [S.l.: s.n.]. 1 grav, lito, pb, 31,8 x 50,8cm em f. 46,4 x 61cm.