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ANL

Durante a década de 1930, no Brasil, a desilusão com os caminhos de Vargas no poder e a força do movimento integralista – o fascismo em verde-amarelo – davam o tom dos desafios a serem enfrentados pelos adeptos da democracia e da pluralidade. Entre 1933 e 1934, grupos antifascistas se constituíam concomitantemente em várias partes do globo. Em solo nacional, um desses grupos formou o Comitê de Luta contra a Guerra Imperialista, a Reação e o Fascismo, ou simplesmente “Comitê Antiguerreiro”, talvez o núcleo mais importante daquilo que viria a ser a Aliança Nacional Libertadora (ANL).

Tendo o ainda exilado Luís Carlos Prestes como presidente de honra, a ANL congregou uma ampla gama de setores da sociedade brasileira. Na pauta do movimento, além da luta contra o integralismo e o fascismo de modo geral, estavam as bandeiras tradicionais do PCB: a luta contra a dominação imperialista e o fim do latifúndio em nosso país.

Caio Prado Júnior, já envolvido na política, adere ao movimento e nele se destaca, ocupando, na ANL, o cargo de presidente do Diretório Estadual de São Paulo, cujo programa redigiu, por ser um dos ideólogos do movimento. Em 1935, Caio Prado estima entre 70 e 100 mil o número de militantes espalhados pelo Brasil. Quantitativo impressionante dada a repressão reinante do grupo varguista e sua “Lei Monstro” (a Lei de Segurança Nacional, promulgada em 4 de abril de 1935). Como muitos militantes da causa antifascista, Caio Prado foi perseguido e preso.