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Publicista e Editor

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Publicista e Editor



Embora essa exposição esteja separada em três seções, é claro que o desenrolar de uma vida dificilmente comporta tal fragmentação. As intenções estão imbricadas: o historiador, o ativista e o publicista-editor seguem um só caminho. As vontades e os atos talvez não passem de intuição, e o sentido final de uma vida ou de uma obra escapa ao autor das mesmas. É com esse olhar que propomos que se leia a atividade editorial de Caio Prado Junior: como extensão e em função de sua atividade política.

Em novembro de 1943, Caio Prado Júnior funda a Editora Brasiliense e a Gráfica Urupês, tendo como sócios seu pai, Caio da Silva Prado, Leandro Dupré, Hermes Lima e Arthur Heládio Neves. Inicialmente, a editora divulga temas sobre a realidade brasileira com críticas ao Estado Novo (1937-1945), além do material produzido clandestinamente pelo Partido Comunista do Brasil (PCB). A partir daí, as publicações da editora se caracterizam por defender os interesses da classe trabalhadora, enfocando não só a questão trabalhista, mas também a questão agrária. Vivia-se um período de deslocamento paulatino das atividades econômicas do setor cafeeiro para o setor industrial, e os trabalhadores rurais ainda não gozavam dos mesmos direitos dos trabalhadores urbanos, fato muito controvertido que influenciaria diretamente nos debates sobre terra e trabalho.

No ano de 1946, se juntam à Brasiliense outros oito novos sócios, entre eles Monteiro Lobato. Neste mesmo ano, convidado por Caio Prado Júnior, Lobato assina contrato para ser lançada pela editora sua coleção completa, totalizando trinta volumes, treze de literatura geral e dezessete de literatura infantil.
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