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A Biblioteca Nacional é o coração da memória brasileira, especialmente naquilo que diz respeito à sua fundação e trajetória mais profunda. O passado, os acontecimentos marcantes, as imagens, as cartas, os documentos, as disputas jornalísticas, e tantos e tantos livros, compõem o que o Brasil jamais pode perder: a fonte para o seu sentido histórico.

Um povo não pode elaborar o seu futuro, ou mesmo chegar a compreender o seu presente, se perder a lembrança de suas raízes. Uma nação não pode sobreviver se for atacada de amnésia histórica. Conhecer os nossos rumos é um dever para com o nosso próprio porvir.

As primeiras setas dessas trilhas já estavam dadas antes de 1822, mas é naquela primeira metade de século, com o legado de D. João VI e o voluntarismo de D. Pedro I, igualmente envolto pelo horizonte constitucionalista, que o país se projetou como nação independente, separada do Reino Unido português.

A consciência de um caminho é a de uma identidade. O país se constituiu com traços originais, sendo mais um estado de Portugal do que uma colônia tal qual as demais partes novas do mundo, tornando-se sede do reino português, nascendo num regime monárquico estabelecido, congregando os municípios ao projeto imperial, proporcionando um ambiente de harmonia e paz muito superiores àquilo que se viu na América espanhola.

O fato de nos tornarmos Império foi fruto dessa projeção sabiamente orientada. O Brasil se instaurou com uma promessa de ordem moral para si e para o mundo, como descreve o curador desta exposição, Edgard Leite Ferreira Neto. Lume para a civilização tropical que os portugueses fundaram, e os brasileiros tornaram e tornam realidade. É isso o que o mundo espera do Brasil, que ele seja um farol, uma sinalética capaz de pensar a promessa da Santa Cruz, envolver amplamente os povos, gerar prosperidade econômica, fluidez na comunicação e no trato com o diferente.

A proposta da exposição é permitir que a audiência encontre os extratos da originalidade nacional através dos documentos. É saber que os caminhos são vários, pois as composições brasileiras são múltiplas, mas como um rio que desagua no mar, todos se encontram, ou devem se encontrar.

Cabe destacar que essa é mais uma iniciativa que projeta a Fundação Biblioteca Nacional como instituição ímpar para a Independência do Brasil. Adquirida pelo Brasil em 29 de agosto de 1825, regulamentada pela Convenção Adicional ao Tratado de Paz e Amizade, celebrado entre Brasil e Portugal, a então Real Biblioteca se tornou marca da nossa conquista, e também uma incorporação do glorioso passado português e sua vocação global. Na tarefa de honrar o máximo que a instituição possui, esta mostra é mais um capítulo do cabedal de ações em prol do Bicentenário da Independência do Brasil.

 

Luiz Carlos Ramiro Junior
Presidente da Fundação Biblioteca Nacional


 





Veja o vídeo de abertura.