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Independência e sua consolidação

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Independência e sua consolidação

 

O Príncipe D. Pedro proclamou a independência do Império do Brasil na sua viagem a São Paulo, em 7 de setembro de 1822. Há entusiasmo geral e um consenso de que esse caminho era necessário e inadiável. D. Pedro I outorgou a Constituição de 1824, a de mais longa duração da história do Brasil. Em 1831, com a abdicação do trono em nome de seu filho D. Pedro II, de 5 anos de idade, o Brasil passou a ser governado por brasileiros.

Biografias, Personagens e Heróis da Independência

Dom Pedro I - 1798-1834
Foi o líder do processo de Independência. Sua coragem em enfrentar situações difíceis e seu comprometimento não apenas com os setores políticos brasileiros mas também com o Brasil, enquanto projeto de sociedade, foi muito profundo. Por alguns anos sintetizou um processo de luta pela autonomia que culminava uma história de 300 anos.

Princesa Leopoldina - 1797-1826
Não foi apenas a esposa de D. Pedro e Imperatriz Consorte. Sendo filha de um Imperador e amante das ciências, soube compreender bem o processo em curso e tudo vez para encaminhar o país para a Independência. Tornou-se amiga de D. Pedro e o apoiou nos momentos de decisão.

Dom João VI - 1767-1826
Como Príncipe Regente e, depois, Rei de Portugal, Brasil e Algarves, teve participação essencial na organização do Estado, que depois se tornaria independente. Articulando interesses locais em diferentes níveis, instalando diversas instituições relevantes, criou expectativas e realidades que tornaram impossível qualquer possibilidade de retorno do Brasil a uma situação anterior a 1808.

José Bonifácio - 1763-1838
Nascido em Santos, foi brilhante naturalista e mineralogista, tendo lecionado na Universidade de Coimbra. Envolvido com as ideias liberais e constitucionais, viu-se no meio dos acontecimentos da Independência, pensando o Brasil com muita profundidade. Era totalmente contrário à escravidão e acreditava que, resolvendo seus problemas morais, o Brasil se tornaria uma nação notável. Foi dele o principal apoio intelectual que D. Pedro recebeu nos momentos decisivos em 1822.

Marquesa de Santos - 1797-1867
Domitila de Castro Canto e Melo foi amante de D. Pedro I. Vitima de abusos no seu primeiro casamento, conheceu D. Pedro no meio dos eventos da Independência. Foi personagem relevante na vida social de então. Sua importância no processo de independência não deve ser menosprezada, mas é difícil de ser definida com certeza. Pode-se dizer, acima de tudo, que era uma brasileira e a sua influência junto ao Imperador era também a influência de um mundo que não era o da corte, e, sim, de uma sociedade que tinha identidade cultural própria.

Maria Quitéria de Jesus - 1792-1853
Foi uma ilustre combatente baiana na guerra que o Brasil moveu contra as forças do Almirante Madeira, logo após a Independência. Patriota, mostra como a identidade brasileira já existia e foi exteriorizada sob a liderança do Imperador. Encontrou D. Pedro, pessoalmente, no Rio de Janeiro e dele recebeu uma condecoração e soldo vitalício. Foi amiga, assim se diz, de José Bonifácio.

José Clemente Pereira - 1787-1854
Foi um político de origem portuguesa, mas totalmente envolvido com o processo de Independência do Brasil. Foi o líder das agitações populares que levaram ao “Dia do Fico”, na qualidade de Presidente do Senado da Câmara do Rio de Janeiro. Após a Independência, tornou-se importante político, ocupando vários cargos, chegando a Senador do Império.

Thomas Cochrane - 1775-1860
Thomas Cochrane, Marquês do Maranhão, era um oficial inglês que se notabilizou por colocar-se, mediante pagamento e vantagens, a serviço de diferentes nações, entre elas o Chile e o Brasil. No nosso país comandou a Armada que enfrentou os portugueses em diversas situações. Oficial astucioso e de fama controversa, garantiu ao Brasil superioridade naval necessária para inviabilizar qualquer tentativa portuguesa de restauração. Recebeu o título de Marquês por gratidão de D. Pedro I.

Francisco Gomes da Silva (o Chalaça) - 1791-1852
Figura muita próxima ao Príncipe D. Pedro, tendo sido expulso da corte por D. João VI, pela sua fama de sedutor e alcoviteiro. Dizia-se que agenciava mulheres e espionava a vida privada de desafetos. Acompanhou D. Pedro na viagem a São Paulo onde decidiu-se pela Independência. D. Pedro I, após a morte de D. Maria Leopoldina, e querendo levar uma vida mais correta com sua nova esposa, afastou-o da corte. Mas tornaram-se a encontrar mais tarde, na época da guerra civil em Portugal, pois D. Pedro o tinha em alta conta como administrador.

Frei Sampaio - 1778-1830
Frei Francisco de Santa Teresa Jesus Sampaio era um religioso franciscano muito conhecido e influente que passou a atuar na política do país emergente a partir de 1808. Era um constitucionalista e tornou-se muito próximo de D. Pedro. Foi o autor do Manifesto do “Fico”e envolveu-se intensamente nas disputas de poder nos anos que antecederam e acompanharam a independência. Era amigo de D. Leopoldina e proferiu o sermão quando de seu velório.

Joana Angélica de Jesus - 1761-1822
Foi uma religiosa concepcionista baiana, assassinada durante a invasão, pelas tropas portuguesas, do Convento da Lapa, em Salvador, em 19 de fevereiro de 1822. Sua morte, que horrorizou seus compatriotas e o Brasil inteiro, é testemunho da situação de conflito que se instalou entre portugueses e brasileiros em alguns lugares, especialmente na Bahia, quando da Independência.

Silvestre Pinheiro Ferreira - 1769-1846
Filósofo e político português, que veio ao Brasil em 1810. D. João VI o nomeou, em 1821, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Antes disso, no entanto, em 1813, ministrou um curso de Filosofia no Seminário São Joaquim o qual, publicado com o título de Preleções Filosóficas, teve imensa importância do desenvolvimento do pensamento brasileiro nas décadas seguintes. Retornou a Portugal com D. João VI, tendo feito interessantes reflexões sobre a natureza da política brasileira e seus desdobramentos em uma virtual independência.

Frei Francisco Antonio de Arrábida - 1771-1850
Foi um eminente religioso franciscano, que serviu ao Príncipe D. João, em Portugal, e veio com ele ao Brasil em 1808. Ocupou importantes cargos nas cortes de D. João, D. Pedro I e D. Pedro II. Respeitado como político e intelectual, apaixonado pelo Brasil, foi diretor de estudos jovem príncipe D. Pedro II, diretor da Biblioteca Pública e Nacional e primeiro reitor do Colégio Pedro II.

Felisberto Caldeira Brant - 1772-1842
Marquês de Barbacena, político, diplomata e militar brasileiro, que fez carreira no reino de Portugal ainda antes da Independência. Vindo ao Brasil com a família real assumiu várias importantes funções militares. Era um empreendedor e muito preocupado com o avanço da economia brasileira. Participou da repressão ao movimento pernambucano de 1817 e serviu ao Brasil independente em vários momentos, tanto como militar quanto como diplomata.

Januário da Cunha Barbosa - 1780-1846
Foi um religioso, político e intelectual brasileiro, polemista e jornalista, que agiu de forma intensa nos momentos anteriores ao processo de Independência. Em 1821, fundou, junto com Gonçalves Ledo, o Revérbero Constitucional Fluminense periódico comprometido com a Independência do Brasil. Foi fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e diretor da Biblioteca Nacional.

Maria Dundas Graham Callcott - 1785-1842
Escritora britânica, de vida atribulada, que viveu muitos anos no Brasil, no período da Independência. Foi preceptora de D. Maria Glória, filha de D. Pedro I e futura rainha de Portugal. Deixou importante relato sobre o Brasil de sua época. Foi profunda admiradora do país e de seu povo, mas fez, em sua obra, uma dura crítica da escravidão.