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Introdução

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Introdução

 

O Brasil já possuía uma identidade própria, em finais do século XVIII. O Pe. Antonio Vieira (1608-1697), já no século XVII, entendia o Brasil como uma sociedade original e era encantado com o seu destino. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) escreveu sobre a existência de vínculos comuns entre brasileiros, que remontavam à guerra contra os holandeses. O Marquês de Pombal (1699-1782) também tinha clareza sobre a potência do Brasil e fez várias reformas no sentido de consolidar o poder português aqui. A revolução francesa e a invasão de Portugal forçaram a vinda do rei D. João VI (1767-1826) de Lisboa para o Brasil, e com ele instituições e horizontes políticos novos, que culminaram na elevação do Brasil a reino, em 1815. O Brasil passou, então, de direito, a ser parte integrante do reino de Portugal. Distante da conturbada política da América hispânica, as lideranças políticas brasileiras eram leais ao rei, mas não mais aceitariam qualquer solução política que pudesse anular essa elevação e essa autonomia. As tentativas de Portugal, a partir de 1820, de restabelecer o Brasil como colônia, conduziram a movimentações políticas junto à corte no Rio de Janeiro, e contaram com o entusiasmo do Príncipe D. Pedro (1798-1834), que aderiu ao projeto de ruptura. Numa viagem a São Paulo, em 1822, cedeu à grandeza de um país que já tinha consciência de sua identidade e destino e proclamou a nossa definitiva autonomia política. Os caminhos de nossa independência são originais e permitiram a emergência de um país extraordinário.

 

Edgard Leite, curador.




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