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Repertório de Fontes

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Repertório de Fontes



Em sua chegada ao Brasil, João Maria Francisco Xavier de Paula Luis António Domingos Rafael – brevemente, D. João VI – era príncipe regente, mas ainda não detinha a plenitude monárquica que lhe foi outorgada por aclamação em 1818. Já em 1815, fora entronizado como monarca do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, mas sua presença à frente da Corte no Rio de Janeiro foi imprescindível ao crescimento político e ao respeito que, até mesmo os liberais, lhe dispensaram. Ao Brasil, o monarca evoca a condição de possibilidade do futuro corte dos laços coloniais com além-mar, da transformação das “terras portuguesas” em terras brasileiras.

Pode-se dizer, assim, que mesmo a partir da monarquia, tornaram-se republicanos os efeitos histórico-sociais da chegada de D. João VI ao país. As instituições implantadas pela Corte na vida cultural brasileira cresceram, mostrando-se tão estáveis quanto as palmeiras com que o soberano coroou a paisagem carioca. Uma delas, a Biblioteca Nacional, resultante da Real Biblioteca em Lisboa, é hoje reverenciada como um legado intergeracional. Daí, o imperativo ético de celebrar as origens, as fontes primeiras. Dois séculos depois, D. João VI ocupa naturalmente o primeiro plano da rememoração.