BNDigital

JAMES JOYCE

< Voltar para Exposições virtuais

JAMES JOYCE

 

Ulysses de James Joyce (1882-1941) é muito possivelmente o maior de todos os romances. E ponto final.

Desde sua publicação, em 1922, o livro vem fascinando e desorientando leitores e críticos com a radicalidade de sua abordagem da vida cotidiana dos cidadãos de Dublin. Sua inventividade linguística e formal, bem como seu inabalável otimismo diante das mazelas de uma sociedade financeiramente desfavorecida, e também diante de todas as agruras e dissabores da condição humana, parecem ter falado muito de perto ao coração dos brasileiros.

Hoje, por exemplo, a língua portuguesa é o idioma que conta com mais traduções do romance de Joyce. Só no Brasil já há quatro versões diferentes, três já publicadas e uma a caminho. Entre nós também é constante a atividade de celebração do “Bloomsday”, a festa que, no dia 16 de junho, comemora em todo o mundo a data em que se passa a ação do Ulysses. Música, memória, alegria e agradecimento dão a tônica desses eventos que há décadas acontecem em São Paulo, no Rio Grande do Sul e, com o passar do tempo, também em muitos outros estados.

Os outros livros de Joyce também têm sido traduzidos e retraduzidos no Brasil. Sua poesia, sua peça de teatro (Exilados/Exílios, 1918), seus contos (Dublinenses, 1914), seu primeiro romance (Um retrato do artista quando Jovem, 1916) – e até obras póstumas, como o fragmento do manuscrito da primeira versão do Retrato (Stephen Herói, 1944), cartas e ensaios. Mesmo sua última obra, Finnegans Wake (1939), romance que muitos consideram ilegível, já foi traduzido duas vezes entre nós, com mais dois processos de tradução em andamento.

Joyce, que inclui referências ao Rio de Janeiro em Ulysses e Finnegans Wake, e que recentemente tomou de assalto nossos palcos com a fantástica Molly Bloom de Bete Coelho, por certo gostaria de se ver reconhecido, tantos anos depois, como cidadão honorário da nossa república carnavalizada das letras.