BNDigital

PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA

< Voltar para Exposições virtuais

PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA

 

Nada menos que quatro irlandeses receberam o Prêmio Nobel de Literatura: William Butler Yeats (1865-1939), George Bernard Shaw (1856-1950), Samuel Beckett (1906-1989) e Seamus Heaney (1939-2013).

Yeats (1923): poeta, ensaísta, missivista e dramaturgo dublinense, filho e irmão de pintores, Yeats frequentou a Escola de Arte, em Dublin, mas abandonou a arte para dedicar-se à literatura. Nacionalista interessado em lendas e tradições irlandesas, além de ocultismo, Yeats empenhou-se na criação do Teatro Nacional da Irlanda, sobretudo a partir da encenação da peça A Condessa Cathleen (1899) – publicada no Brasil em 1963.

Shaw (1925): outro dublinense, livre pensador e defensor dos direitos da mulher, Shaw foi autor tão versátil quanto prolífico. Escreveu ficção, ensaios, crítica literária, teatral e musical, e mais de 50 peças teatrais, ressaltando-se A profissão da Senhora Warren (1902) e Pigmalião (1913), ambas publicadas e encenadas com sucesso no Brasil. Os extensos e célebres prefácios às peças evidenciam a heterodoxia reformista, o humor e a mordacidade brilhantes do autor.

Beckett (1969): nascido perto de Dublin, Beckett estudou inglês, francês e italiano em Trinity College Dublin, antes de ser lecteur d’anglais, na École Normale Superieure, em Paris. Beckett conheceu Joyce, cuja obra propiciou seu primeiro ensaio publicado. Sua obra abrange tradução, crítica literária, poesia, ficção curta e longa, além de teatro, destacando-se Esperando Godot (1953) e Fim de partida (1957), que ensejam sua associação com o Teatro do Absurdo e intrigam o público brasileiro.

Heaney (1995): nascido na Irlanda do Norte, Heaney frequentou Queen’s University Belfast. Depois, foi docente em Queen’s, Harvard e Oxford. Dramaturgo, tradutor, ensaísta e poeta, sua primeira poesia enraíza-se em experiências da juventude, expressas com sutileza, concisão e lirismo. A poesia subsequente tematiza implicações culturais e históricas das palavras, bem como seu emprego em contextos sociais e políticos, além de conter tocantes elegias. No Brasil, cumpre mencionar a coletânea Poemas – 1966-1987 (1990). Perguntado como era receber o Nobel na esteira de Yeats, Shaw e Beckett, Heaney respondeu: “É como ser um morrinho ao pé de uma cordilheira”.