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UM FOTÓGRAFO, UM EDITOR E UMA ZOÓLOGA

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UM FOTÓGRAFO, UM EDITOR E UMA ZOÓLOGA

 

Frederick Walter é talvez a personalidade mais pitoresca associada ao início da fotografia no Brasil, pois combinou suas atividades como fotógrafo e professor com suas atividades como mágico! Desembarcou em Fortaleza em 1847 com “equipamento de câmera de daguerreótipo e uma série de instrumentos mágicos”. Nenhum de seus trabalhos sobreviveu; no entanto, um de seus alunos, Joaquim Insley Pacheco, foi nomeado “Fotógrafo da Casa Imperial” (1855), no Rio de Janeiro, pelo Imperador do Brasil, Dom Pedro II, ele próprio fotógrafo competente desde a idade de quatorze anos.

William Scully (1821-1885), nascido no condado de Tipperary, foi um jornalista e empresário que migrou para o Rio de Janeiro no final da década de 1850 ou início da década de 1860, após a Grande Fome na Irlanda. No Rio de Janeiro, tornou-se proprietário e editor por quase vinte anos do The Anglo-Brazilian Times (1865-1884), descrito em seu cabeçalho como um jornal “político, literário e comercial”. Fundou também a Sociedade Internacional de Imigração. Segundo Scully, a imigração irlandesa para o Brasil foi “cortada pela raiz” e nunca teve sucesso devido ao colapso de uma colônia irlandesa, Príncipe Dom Pedro, em Santa Catarina, após uma súbita retirada de fundos entre 1868 e 1869.

Cynthia Longfield (1896-1991), “Madam Dragonfly”, nasceu em Londres, de pais anglo-irlandeses cuja casa ancestral situava-se em Cloyne, condado de Cork. Era uma cientista independente, especializada em libélulas, e viajou extensivamente por todo o mundo. Em 1927, participou de uma expedição científica de seis meses ao Mato Grosso, onde coletou 38 espécies de libélulas, três das quais eram antes desconhecidas. Duas espécies são nomeadas em sua homenagem. Doou sua biblioteca, com cerca de 500 volumes, e seu arquivo pessoal, com dezesseis manuscritos detalhando as espécies que ela pesquisou no Brasil, para a Royal Irish Academy, em Dublin.