BNDigital

Período: 01 a 16 de agosto de 1936.

Número de Países: 49

Número de Atletas: 3963, sendo 328 mulheres.

Modalidades: atletismo, basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica, halterofilismo, handebol, hipismo, hóquei sobre a grama, lutas, natação, pentatlo moderno, pólo, pólo aquático, remo, saltos ornamentais, tiro, vela.

Local: Berlim – Alemanha

Maior medalhista: Alemanha – 89 no total, sendo 33 de ouro, 26 de prata e 30 de bronze.

Abertos com grande pompa no moderno Estádio Olímpico de Berlim por Adolf Hitler, esperava-se que os arianos vencessem todas as provas. Contudo, um pequeno grupo de atletas negros norte-americanos conquistou a maioria das medalhas do atletismo, a modalidade mais importante dos Jogos.

Os Jogos foram utilizados como veículo de propaganda nazista.

O orçamento dos jogos foi ampliado em 20 vezes, como ferramenta para disseminar a propaganda nazista. Para tal, se construiu o mais moderno complexo esportivo até então.

Julius Lippert, governante de Berlim, fez um discurso três dias antes da abertura dos jogos para os representantes do Comitê Olímpico dizendo: "Berlim saúda os guerreiros olímpicos do todo o mundo. Saúda ainda, nos senhores e com os senhores, os representantes de mais de 50 nações, com as quais toda a Alemanha deseja conviver como num reduto de paz no espírito da compreensão mútua”. Contudo, algumas medidas foram tomadas para mascarar os ideais nazistas durante os jogos, tais como remover dos arredores da cidade olímpica todas as referências antissemitas ou que pudessem manchar a imagem da Alemanha pacífica que ele pretendia exibir. O pasquim nazista Der Stürmer também foi retirado de circulação nas bancas de jornais das redondezas do complexo olímpico

O revezamento da tocha olímpica de Olímpia até ao estádio olímpico de Berlim, foi inaugurado naquela edição, através de mais de três mil atletas que percorreram a Europa.

A cerimônia de abertura foi transmitida em cinemas e teatros da cidade, com imagens projetadas por circuito interno em enormes panos brancos retangulares pendurados.

O governo nazista não economizou para produzir o maior documentário já realizado sobre as Olimpíadas, Os Deuses dos Estádios (Olympia), dirigido pela cineasta Leni Riefenstahl, famosa no cinema alemão.

Foi a estreia do basquete, do handebol e da canoagem, assim como a despedida do pólo nas Olimpíadas.

Um episódio humilhante marcou a maratona, quando o vencedor, um coreano chamado Sohn Kee-chung, correu representando o Japão e com o nome de Kitei Son. Ocorria que seu país estava ocupado pelo Japão, aliado da Alemanha, desde 1910. De grande prestígio em sua terra natal e fervoroso nacionalista, Sohn foi obrigado a competir pelos dominadores e constante e pacientemente teve de explicar aos jornalistas que seu país era uma nação independente ocupada pelo Japão. Em visível constrangimento, Sohn recebeu sua medalha de ouro no pódio olímpico ouvindo o hino japonês sob o hasteamento da bandeira nipônica, olhando para o chão. Na década de 1980 o COI reconheceu oficialmente sua nacionalidade e cassou a medalha referendada ao Japão. Em 1988, com 75 anos, Sohn Kee-chung entrou no estádio olímpico de Seul carregando a tocha olímpica, sob o choro do locutor oficial e da ovação emocionada de seu povo, anfitrião daqueles Jogos.

Pela primeira vez mais de 41 países puderam acompanhar aos jogos através do rádio e foi realizada a primeira transmissão dos Jogos Olímpicos, pela televisão, efectuada por duas companhias alemãs a Telefunken e a Fernseh com uma programação conjunta de 138 horas de transmissão.

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