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As Religiões do Rio

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As Religiões do Rio

As Religiões do Rio


“(...) [A] cidade pulula de religiões. Basta parar em qualquer esquina, interrogar. A diversidade dos cultos espantar-vos-á. São swendeborgeanos, pagãos literários, fisiólatras, defensores de dogmas exóticos, autores de reformas da Vida, reveladores do Futuro, amantes do Diabo, bebedores de sangue, descendentes da rainha de Sabá, judeus, cismáticos, espíritas, bavalaôs de Lagos, mulheres que respeitam o oceano, todos os cultos, todas as crenças, todas as forças do Susto. (...)
Foi o que fiz na reportagem a que a Gazeta de Notícias emprestou uma tão larga hospitalidade e um tão grande ruído; foi este meu esforço: levantar um pouco o mistério das crenças nesta cidade.” Prefácio do autor, p. 17 e 18


A edição de séries jornalísticas em livros, após sua publicação nos jornais, é relativamente comum nos dias de hoje. Em 1904, As religiões do Rio trouxe a consagração definitiva de seu autor: Paulo Barreto, o João do Rio.
Observação cuidadosa, percepção profunda e ironia fina se juntam para mostrar as crenças do povo, dos intelectuais e da pequena burguesia.


Coleção Particular.
O tempo não faz diminuir a importância do trabalho de João do Rio, como demonstra o interesse que desperta cada edição que reapresenta a série de reportagens.
"O livro As religiões do Rio, do sr. Paulo Barreto, é único em seu gênero na literatura brasileira. Nós já possuímos, por certo, vários quadros de costumes [...]; não possuímos, porém, um quadro social, tão palpitante de interesse, como esse que o jovem dedicou às crenças religiosas do Rio de Janeiro. [...] Escrito com verve, graça e cintilação de estilo, o livro é uma verdadeira jóia que deve ser apreciada pelos leitores competentes. Tem cunho histórico, porque fotografa o estado d’alma fluminense num período de sua evolução."
Parecer da Comissão de História do IHGB, publicado em 20 de maio de 1907. Apud Rodrigues. Apresentação. In JOÃO, do Rio. Religiões do Rio, 2006, p. 12