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Benjamim Costallat

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Benjamim Costallat

Benjamim Delgado de Carvalho Costallat nasceu no Rio de Janeiro a 26 de maio de 1897 e morreu na mesma cidade a 27 de fevereiro de 1961. Bacharel em Direito, jornalista, romancista, cronista e crítico musical, escreveu sobre o cotidiano da cidade que se transformava física e psicologicamente: o saneamento dos alagados, a demolição casario antigo e a construção dos arranha-céus. Lançou seu olhar para as novas áreas da pouco explorada zona sul e para a favela.

Jornalista polêmico, romancista censurado, Costallat não foi bem compreendido pela crítica de seu tempo. Seria um moralista radical ou um pervertido assumido, circulando entre os acontecimentos da metrópole? Segundo alguns, um chefe de família honrado, que escreveu sobre os bairros e gentes suspeitas apenas para “manter a fama de pesquisador de ambientes sinistros”.

Críticos atuais propõem um novo perfil para Costallat. Enquanto jornalista, seria um profissional exigente e consciente do alcance de seu trabalho. Em Mistérios do Rio, o modo cuidadoso e detalhado como capta os fatos e os acontecimentos, contextualizados por um observador que desce ao detalhe, qualifica seu texto enquanto crônica provocativa sobre a complexidade da cidade moderna. Ao romancista não faltaria o mesmo caráter provocador. Mlle. Cinema seria o retrato feminino de mulher moderna, fêmea que exibe suas formas nos vestidos que as despem e expõe a sua moralidade rasa nos salões, nos cafés e cabarés, nos prostíbulos.

Costallat, todavia, é mais do que um cronista da decadência, uma pena afiada cortando na carne fremente dessa Belle Époque tropical. No percurso que realiza pelas questões humanas, ele não pára de surpreender ao encontrar inspiração para escrever para crianças, público ao qual destina dois livros: Dora, pedacinho de gente e Histórias de Bonecos.