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Medeiros e Albuquerque

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Medeiros e Albuquerque


José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque nasceu em 4 de setembro de 1867, em Recife. Aprendeu a ler em casa. Com 9 anos, entrou direto na 2ª série do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Entre 1880 e 1884, cursou a Escola Acadêmica, em Lisboa. De volta ao Rio, fez um curso de História Natural com Emílio Goeldi e, no final da adolescência, teve como preceptor Sílvio Romero.

Entre 1887 e 1934, quando morre, a sua atuação pública é constante: professor primário e ginasial, professor da Escola de Belas-Artes, vice-diretor do Ginásio Nacional, presidente do Conservatório Dramático, secretário do Ministro do Interior, diretor de O Fígaro, Deputado Federal por Pernambuco, diretor da Instrução Pública do Distrito Federal, colaborador em vários jornais da Capital e de São Paulo. Em três momentos diferentes, esteve asilado na Embaixada do Chile, na Embaixada do Peru e em Paris.

Além de poesia, romance, conto e teatro, ensaios políticos e crítica literária, escreveu o Hino da República e foi um dos maiores defensores da reforma ortográfica. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras (cadeira 22), na qual exerceu os cargos de Secretário e Presidente. Um perfeito e modelar cidadão, engajado na política e participante ativo de ações e instituições republicanas.

Ao mesmo tempo, ele realizou experiências com as ciências ocultas, o hipnotismo e a psicanálise, disputando a primazia na apresentação das idéias de Sigmund Freud no Brasil. Seu diário-memorial não esconde os compromissos que manteve com uma certa marginalidade estética e moral, uma postura que bem se enquadra na imagem traçada por Baudelaire para o dandy. Idéias provavelmente incorporadas no contato que manteve com os simbolistas portugueses, durante sua estada em Lisboa, no século XIX, e reafirmadas em sua permanência na Cidade Luz, por ocasião da Primeira Guerra Mundial.

Canções da decadência (1887), publicação que reúne as primeiras composições do jovem poeta, tem papel fundamental na convocação do imaginário decadentista nas letras desses trópicos.